O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acenou nesta quinta-feira com a possibilidade de redução de impostos para as montadoras de automóveis instaladas no Brasil e garantiu que o Brasil vai crescer em 2004 “acima das previsões”.
No lançamento do quarto modelo produzido no país pela Peugeot-Citroen, o 206 SW, Lula convocou Estados e indústria para um acordo com o governo federal.
– Nós queremos ver e no próximo ano a gente pode fazer um acordo com a indústria automobilística, governos dos Estados e governo federal para que a gente possa fazer com que haja redução dos impostos incidentes sobre os carros – disse o presidente na fábrica da montadora, em Porto Real (RJ), onde recebeu a doação de dois carros do novo modelo para o Programa FomeZero.
Ele acrescentou que o objetivo do acordo é garantir “crescimento de produção de carros no país, mais mercado interno e mais emprego”.
Dirigindo-se ao presidente mundial do grupo PSA, Jean-Martin Folz, Lula cobrou mais investimentos e afirmou que o Brasil continuará crescendo.
– Podem começar a preparar dinheiro novo para investir no país. O Brasil entrou definitivamente na rota de crescimento de longo prazo. Em 2004 cresceremos acima de todas as previsões – garantiu.
As previsões do mercado para o crescimento da economia brasileira neste ano giram em torno de 4,5 %, mas o ministro do Planejamento, Guido Mantega, afirmou recentemente que a expansão pode chegar a 5% neste ano.
Lula voltou a criticar a demora da aprovação do Programa Parceria Público Privada pelo Congresso: “Acho que alguns têm medo porque já perceberam que a PPP será o fundamento do crescimento do país”, disse, apostando no entanto que, em breve, haverá uma solução para o problema.
O presidente repetiu que o Brasil precisa de de um projeto de longo prazo para garantir o crescimento.
– Este país tem que ser pensado para 15 ou 20 anos, independentemente de quem seja o prefeito, o governador ou o presidente da República – disse ele.
– Se este país tiver um projeto de crescimento sério, duradouro, onde a sociedade tenha participado da confecção desse projeto, certamente o Brasil poderá, num espaço de tempo não muito grande, começar a fazer parte dos países de economias consolidadas.
Lula ressaltou, porém, que a busca pelo crescimento deve levar em conta a da distribuição de renda, lembrando que houve uma concentração de riqueza exagerada nas últimas décadas.
– Pois bem, nós, agora, entramos numa outra fase de crescimento. E nós achamos que o crescimento tem que ser, sobretudo, para que a gente possa fazer justiça social, com distribuição de renda – concluiu.
Acompanhado pelos ministros Luiz Fernando Furlan (Indústria e Comércio Exterior), Eduardo Campos (Ciências e Tecnologia) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), ele visitou a fábrica da Peugeot ao lado da governadora Rosinha Garotinho, que mostrou-se mais receptiva ao presidente do que no mês passado, quando Lula também visitou o Rio.
– Faço questão de agradecer publicamente o atendimento de um pedido meu, feito em sua última vinda ao Rio, para que a Petrobras iniciasse estudos de viabilidade da construção de uma refinaria no Estado do Rio de Janeiro – disse a governadora, garantindo que a estatal já iniciou os estudos.
Além do Rio, mais 11 estados disputam a refinaria da Petrobras, prevista para ficar pronta em 2010.