Lucro da Petrobras cai 28% no 1o trimestre

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Publicado quinta-feira, 13 de maio de 2004 as 09:04, por: CdB

A Petrobras teve lucro consolidado de R$ 3,9 bilhões no primeiro trimestre deste ano, 28% abaixo dos R$ 5,5 bilhões registrados em igual período do ano passado, devido à redução dos preços dos combustíveis. A estatal baixou os preços da gasolina e do diesel em abril de 2003 e não os reajustou após a disparada das cotações do petróleo no mercado internacional.

O faturamento da empresa caiu para R$ 32,6 bilhões no primeiro trimestre, ante R$ 33,3 bilhões no mesmo período do ano passado, informou a Petrobras em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários na noite desta quarta-feira.

A margem bruta, que indica a rentabilidade da companhia, caiu 5 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2003, para 44 por cento.

Além disso, a empresa teve aumento de gastos com importação de petróleo, que atingiu no primeiro trimestre preços elevados, e sofreu impacto da depreciação do real.

A Petrobras registrou redução do resultado financeiro líquido devido à queda da receita com aplicações em fundos cambiais e aumento nas despesas de variação cambial sobre financiamentos.

A geração de caixa medida pela Ebitda, ou lucro antes de impostos, juros, amortizações e depreciações, caiu para 8,6 bilhões de reais, ante R$ 9,4 bilhões há um ano.

O resultado ficou em linha com a previsão de analistas, que previam, em média, lucro de R$ 4 bilhões para a companhia. Segundo eles, a queda no resultado deve-se à redução de vendas no mercado interno e maiores custos de produção.

Aumento nos custos

Preocupação entre os analistas que acompanham a empresa, o custo de extração de petróleo sem participações governamentais subiu 48 por cento no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, e 6 por cento em relação ao quarto trimestre.

“O aumento se deve a maiores gastos com a sobreestadia de embarcações usadas para transporte da produção, em função de de disponibilização de navios por tempo maior do que o previsto, afretamento de plataforma de terceiros e maiores gastos com salários e outros benefícios”, informou a empresa em nota.

Para o analista Emerson Leite, do Credit Suisse First Boston Garantia, a alta nos custos foi negativa mas era esperada.

– O único ponto negativo são os lifting costs (custos de produção), mas era de se esperar já que produção no Brasil caiu – afirmou.

A produção média total de petróleo, LGN e gás natural cresceu 5% em comparação à média do primeiro trimestre de 2003, para 1,996 milhão de barris diários, devido ao aumento da produção internacional. No mercado interno, a produção teve queda de 6 por cento pelo fechamento de alguns poços.