O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta terça-feira, em São Paulo, de almoço de confraternização com dirigentes sindicais brasileiros e estrangeiros que participarão do 8º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Segundo o presidente da CUT, João Felício, não foram tratados assuntos políticos ou econômicos, como reformas constitucionais ou taxa de juros.
O encontro foi apenas de confraternização entre Lula e representantes sindicais de cerca de 30 países, principalmente da América Latina e da Europa. Alguns deles conheciam Lula dos tempos em que ele foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, na década de 70.
O congresso da CUT será aberto nesta terça à noite. Na quarta, às 10 horas, no Pavilhão do Anhembi, Lula participará de uma sessão plenária do congresso, cujos debates irão até sexta-feira. A eleição da nova diretoria da CUT será realizada sábado.
Segundo João Felício, a CUT vai preparar uma pauta de reivindicações para o presidente Lula, tendo como prioridade “a retomada do crescimento econômico, para que haja emprego e salário”.
Da pauta, deverão constar reivindicações sobre queda de juros e participação ativa nos processos de reformas constitucionais e da reforma agrária, além da realização de uma reforma trabalhista e sindical.
João Felício acrescentou que os dirigentes sindicais de todo o mundo estão otimistas com o Brasil.
– Milito no movimento sindical há 25 anos e nunca vi tanto otimismo no movimento sindical internacional em relação ao Brasil, ao novo governo e à CUT – disse ele.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e candidato da maior corrente da CUT (Articulação Sindical) à presidência da central, Luiz Marinho, disse que a nova coordenação da CUT estará ao lado do governo nas medidas que achar corretas, mas não hesitará em criticar e promover mobilização contra o que julgar errado.
– Em todos os momentos em que houver necessidade de construir mobilização, nós o faremos. Até mesmo porque o presidente Lula não espera e nunca pediu à CUT para que seja uma central governista -disse Marinho.
Os primeiros alvos, segundo Marinho, deverão ser a reforma da Previdência e a taxa de juros, fixada pelo Banco Central em 26,5% ao ano.
– Nós manteremos a posição de que as condições estão dadas para iniciar o processo de redução dos juros e vamos continuar batendo nessa tecla e cobrando a posição do governo para iniciar, o mais rapidamente possível, esse processo, para propiciar a retomada do crescimento e desenvolvimento econômico – disse o líder sindical.