O segundo dia de protesto de produtores rurais e de índios contrários à demarcação em área contínua da reserva Raposa Serra do Sol ganhou nesta quarta-feira a adesão da maioria dos donos de postos de gasolina da capital. Nas estradas o bloqueio continua e as lideranças do movimento afirmam que somente liberarão as pistas ao tráfego quando houver uma manifestação clara do governo sobre a situação enfrentada por eles atualmente e classificada de “insustentável”.
Na sede da Fundação Nacional do Índio (Funai), a ocupação é liderada por Gilberto Macuxi. “Daqui não sairemos enquanto não houver uma posição oficial do governo”, afirmou. Macuxi acusou ainda a entidade, em Roraima, de beneficiar apenas os ínidos simpáticos à política do Conselho Indigenista de Roraima.
O padre Edson Damian, da Diocese de Boa Vista, criticou a forma com seus dois colegas foram feitos reféns. Ele disse entender que a democracia permite a todos manifestar seu ponto de vista, mas não aceita nenhuma forma de violência.
O prefeito em exercício da capital, Iradilson Sampaio (PC do B), reclamou que a interdição das estradas, principalmente na direção de Manaus, está impedindo que os caminhões de lixo da Prefeitura cheguem até ao aterro sanitário municipal. “Entendemos a postura de reivindicação, mas isso não quer dizer que temos de conviver com o acúmulo de lixo em nossas casas”, disse.