Líder governista diz que ONG deve explicar contratos

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado segunda-feira, 24 de maio de 2004 as 17:38, por: CdB

A líder do bloco governista no Senado (PT-PTB-PSB), Ideli Salvati (SC), rebateu hoje a tentativa dos partidos de oposição de vincular as denúncias de corrupção contra a organização não-governamental (ONG) Ágora ao governo Lula. Segundo reportagem publicada no fim de semana pela revista Veja, a ONG teria desviado R$ 900 mil dos governos de São Paulo, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Os recursos seriam destinados a programas estaduais de capacitação de jovens.

Ideli Salvati ressaltou que cabe exclusivamente à instituição, “que não tem qualquer vínculo com o governo federal”, explicar os contratos assinados com o Ministério do Trabalho, pelos quais recebeu recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Quanto ao envolvimento de pessoas que trabalhavam na Ágora e hoje assessoram o governo, como o secretário-executivo da Casa Civil, Swedenberger Barbosa, a senadora disse que, se ele tiver que prestar algum esclarecimento sobre o caso, será sobre um período anterior ao que trabalha no governo.

“Se ficar comprovada qualquer culpa, o governo Lula já deu demonstrações de que não tem problemas em punir”, afirmou Ideli Salvati, referindo-se à prisão de servidores do Ministério da Saúde, na semana passada, pela Polícia Federal. A senadora lembrou que a Ágora “é uma ONG que funciona há anos e tem personalidades de reputação ilibada em sua administração, como o bispo dom Mauro Morelli”.

Já a oposição iniciou a semana cobrando do governo providências contra as denúncias de corrupção. “Estes fatos merecem investigação e punições exemplares, sob pena da corrupção virar uma endemia no governo”, advertiu o líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN). Ele salientou que, em quatro meses, o presidente Lula viu assessores de ministros como José Dirceu, da Casa Civil, e Humberto Costa, da Saúde, envolvidos em denúncias de corrupção.