Participaram do encontro preparatório do ato públio diversas legendas, incluindo UNE, CUT, MTST, MST, MNU, CMP, MMM; além dos partidos PT, PSOL e PCdoB. A mobilização visa a não deixar a guarda baixa diante de ameaças à democracia.
Por Redação, com RBA – de São Paulo
As Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular decidiram, nesta terça-feira, convocar um dia nacional de mobilização pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em reunião conjunta, as organizações acertaram atos pelo país para o próximo dia 24 de março, em dimensão gigantesca.
![Protesto,mulheres,fora bolsonaro](https://www.correiodobrasil.com.br/wp-content/uploads/2021/12/mulheres-fora-bolso.jpg)
Participaram do encontro diversas legendas, incluindo UNE, CUT, MTST, MST, MNU, CMP, MMM, além dos partidos PT, PSOL e PCdoB. A mobilização visa a não deixar a guarda baixa diante de ameaças à democracia.
— A esquerda precisa se organizar e responder ao ato de Bolsonaro — afirmou o professor da Fundação Escola de Sociologia e Política (Fespsp) Aldo Fornazieri.
Encurralado
Fornazieri participou, na véspera, do programa Onze News, do jornalista Gustavo Conde, no canal de TV TVT. O cientista político argumenta que “é fator preocupante” a ausência de atos de rua de movimentos progressistas. Então, ele comentou que se trata de uma reação necessária à extrema direita.
— O bolsonarismo, a extrema direita, tem ainda grande capacidade de convocação nas ruas. Parece que a esquerda meio que perdeu as ruas desde 2015, 2016 — acrescentou.
Muito disso, sustenta ele, ocorre porque o bolsonarismo “está encurralado”. Está claro, segundo Fornazieri, o envolvimento do ex-presidente com atos golpistas; além de escândalos de corrupção envolvendo desvio de joias de países árabes. Por isso, Fornazieri afirma que o ato deste domingo foi “defensivo”.
— Mas, por outro lado, foi um ato ofensivo do ponto de vista político, porque ele teve capacidade de mobilização, de agitação. Teve a inserção mais próxima com a bancada evangélica — reforçou.
Resposta
Assim, a decisão de fazer um ato de resposta em defesa da prisão de Bolsonaro surge em meio às mais recentes revelações sobre um suposto plano golpista envolvendo o ex-presidente e ex-membros da alta cúpula de seu governo. Também estão na mira da PF generais e ex-comandantes das Forças Armadas.
As possíveis condenações do ex-presidente e de oficiais de alta patente, consideradas inéditas, podem ter impacto significativo na conjuntura política do país. As organizações presentes na reunião das frentes enfatizaram a importância de ocupar as ruas para pressionar pela punição dos envolvidos no suposto golpe.
Apesar de reconhecerem o papel fundamental do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Polícia Federal (PF) na defesa da democracia, a esquerda entende que não pode apenas observar as ações das instituições, especialmente diante da convocação por Bolsonaro da manifestação em sua defesa (referindo-se ao ato, na Avenida Paulista).
Seminário
Os movimentos sociais ratificaram, ainda, o calendário aprovado no seminário das Frentes realizado no início de fevereiro, intensificando as mobilizações para o Dia Internacional de Luta das Mulheres (8 de março) e as ações por justiça para Marielle Franco. Além disso, definiram o 24 de março como uma data nacional de mobilização, coincidindo com os 60 anos do golpe, como forma de destacar a defesa da democracia.
Também está prevista a divulgação de manifesto em defesa da democracia, buscando amplo apoio que não se restrinja aos espectros políticos de esquerda, em iniciativa similar à Carta aos brasileiros e às brasileiras, em defesa do Estado democrático de direito, lida na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) em 2022.