Le Pen promete reformar partido após derrota em eleição presidencial

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Publicado segunda-feira, 8 de maio de 2017 as 09:52, por: CdB

Analistas dizem que Le Pen deve se manter no controle da Frente Nacional (FN), apesar das críticas de alguns membros da sigla à sua campanha

Por Redação, com Reuters – de Paris:

Marine Le Pen não demonstrou ter se abatido com a derrota contundente que sofreu para Emmanuel Macron na eleição presidencial francesa no domingo, prometendo reformar seu partido de extrema-direita e transformá-lo na principal oposição ao novo líder de centro da França.

Marine Le Pen não demonstrou ter se abatido com a derrota

Analistas dizem que Le Pen deve se manter no controle da Frente Nacional (FN), apesar das críticas de alguns membros da sigla à sua campanha. Incluindo seus próprios familiares.

Mesmo tendo perdido para Macron por 34 % a 66 % dos votos. Le Pen obteve quase o dobro da votação que seu pai recebeu ao chegar ao segundo turno da eleição de 2002. Mas não alcançou os 40 % que, para autoridades do partido, teriam sido um sucesso.

Agora o partido anti-União Europeia e anti-imigração irá se voltar para as eleições parlamentares de meados de junho. Embora Le Pen tenha admitido que a legenda precisa de uma mudança abrangente.

Em um discurso breve a seus apoiadores, que vaiaram a vitória de Macron e cantaram a Marselhesa com tristeza quando a notícia da derrota de Le Pen emergiu. A líder de extrema-direita, de 48 anos. Disse que a FN “precisa ser renovar profundamente”.

– Irei propor iniciar esta profunda transformação de nosso movimento de forma a criar uma nova força política – acrescentou.

Não está claro, a esta altura, que impacto a reformulação teria nas políticas do partido.

Partido

Um dos vice-presidentes da FN, Florian Philippot. Disse que o novo partido não será chamado Frente Nacional, seu nome durante mais de quatro décadas. A marca é bem conhecida na França e no exterior. Mas na mente do eleitorado é bastante associada ao pai de Marine e fundador, Jean-Marie. Que foi condenado várias vezes por incitar o ódio racial.  

Embora Marine Le Pen não tenha abordado a questão do nome da sigla, disse que pretende buscar apoio além da FN atual e reconstruir o panorama político francês em torno da divisão “patriotas” versus “globalistas” — mas atingir esse objetivo não será uma tarefa fácil.

Nicolas Dupont-Aignan, líder de um pequeno partido nacionalista que apoiou Le Pen depois de só ter atraído 5 por cento dos votos no primeiro turno, e que Le Pen havia prometido indicar como seu primeiro-ministro se vencesse, disse no domingo que não irá se unir a seu novo partido, mas apresentar seus próprios candidatos na votação parlamentar.

Embora a FN conte com uma base leal, só tem duas cadeiras na atual câmara baixa do Parlamento, e uma pesquisa OpinionWay-SLPV Analytic da semana passada previu que a sigla só irá obter entre 15 e 25 assentos em junho.

A mesma pesquisa indicou que o partido En Marche! de Macron irá emergir como o maior grupo, seguido pelo partido conservador Os Republicanos.