Lava Jato: João Santana e Mônica Moura assinam acordo de delação

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Publicado terça-feira, 4 de abril de 2017 as 14:56, por: CdB

Apesar de estar em sigilo, a informação foi anunciada para justificar a inclusão de depoimentos do casal de publicitários no processo em que o PSDB pede a cassação da chapa

Por Redação, com ABr – de Brasília:

O publicitário João Santana e sua mulher, Mônica Moura, assinaram acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). O anúncio foi feito nesta terça-feira pelo vice-procurador eleitoral, Nicolao Dino, durante o início do julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O casal foi responsável pelo marketing da campanha de Dilma nas eleições de 2010 e 2014.

João Santana e Mônica Moura

Apesar de estar em sigilo, a informação foi anunciada para justificar a inclusão de depoimentos do casal de publicitários no processo em que o PSDB pede a cassação da chapa.

– Se afigura não menos importante que se inquiram também o senhor João Santana, a senhora Mônica Moura e o senhor André Santana (auxiliar do casal). Digo isso, diante da recentíssima notícia de que as pessoas agora nominadas celebraram acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República. Acordo este que se encontra submetido ao Supremo Tribunal Federal – disse Dino.

Santana e Mônica Moura foram presos na 23ª fase da Operação Lava Jato. Em fevereiro do ano passado por determinação do juiz federal Sérgio Moro. Mas foram soltos após pagarem fiança de R$ 31,4 milhões. E ficarem proibidos atuar em campanhas eleitorais até uma nova decisão sobre o caso.

Durante as investigações. Em depoimento ao juiz, Mônica Moura, que era responsável pela parte financeira da empresa de marketing do casal. Informou que recebeu US$ 4,5 milhões em uma conta off shore na Suíça.

Dívida

Segundo Mônica, o repasse era referente a uma dívida por serviços prestados ao PT durante a campanha da presidenta Dilma Rousseff, em 2010. A empresa do casal fez o trabalho de marketing político da campanha.

Após o depoimento, o PT declarou que todas as “operações do partido foram feitas dentro de legalidade”. O partido também ressaltou que as contas de campanha eleitoral de 2010 foram aprovadas pela Justiça Eleitoral.

Empresário Joesley Batista

O juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, determinou na última sexta-feira. O afastamento do empresário Joesley Mendonça Batista do Conselho de Administração da holding J&F. Controladora do frigorífico JBS e da Eldorado Celulose.

O magistrado atendeu pedido feito pelo Ministério Público Federal (MPF). Que acusou o empresário de descumprir medidas cautelares impostas contra ele na primeira fase da Operação Greenfield, da Polícia Federal (PF). A operação apura supostas fraudes em fundos de pensão.

De acordo com a decisão, Joesley Batista também está proibido de deixar o país sem autorização judicial. Vallisney de Souza determinou ainda o bloqueio das ações da holding na empresa Eldorado. A abertura dos contratos com os fundos de pensão para que possam ser alvo auditoria.

Segundo o MPF, após a primeira fase da Greenfield, Joesley e outro acusado tentaram esconder irregularidades da Eldorado Celulose por meio de uma empresa de auditoria e um escritório de advocacia.

A primeira fase da Operação Greenfield foi deflagrada em setembro de 2016. Para investigar fraudes e irregularidades na administração de quatro dos maiores fundos de pensão do país. Funcep, Petros, Previ e Postalis. Dezessete pessoas foram conduzidas e liberadas após prestar depoimento. Entre elas o ex-presidente da construtora OAS, Léo Pinheiro, alvo também da Operação Lava Jato.

Outro lado

Em nota, a J&F informou que vai cumprir a decisão da Justiça Federal.

– A J&F e suas controladas vêm a público esclarecer que reforça que tem o maior interesse no esclarecimento dos fatos e está, como sempre esteve, à disposição das autoridades. Joesley reforça ainda que usará todas as medidas cabíveis para exercer o seu direito de defesa – acrescentou a nota.