Justiça liberta jovem acusada de mandar matar os pais

A jovem Suzane Louise von Richthofen, 21 anos, e presa há dois acusada de ter sido mandante do assassinato dos próprios pais em São Paulo, pode conseguir sair da prisão ainda nesta quarta-feira. Os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos que executaram os pais também podem ter a chance de aguardar julgamento fora da cadeia.
 
– A liberdade provisória é uma faca de dois gumes. Eles têm um julgamento pela frente e a gente sabe que o caso é de condenação. Então, se o tempo deles já está sendo computado, por qual razão interromper e começar tudo de novo mais tarde? – questiona Astrogildo Cravinhos, pai dos rapazes, acrescentando que ainda vai consultar os filhos sobre a vontade deles.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu no final da noite de terça-feira, por três votos a dois, o pedido de hábeas corpus impetrado pelo advogado de Suzane, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira. Ele alega que ela é ré primária, tem bons antecedentes e não representa perigo à ordem pública, nem criará obstáculos à aplicação da lei penal.
 
O promotor Roberto Tardelli diz estar consternado com a libertação de Suzane: 

– Só posso lamentar um fato desses. Isso compromete a dignidade da Justiça. Parece que nos iguala, mas todos nós somos diferentes.
 
O Ministério Público pede a condenação dos três por homicídio triplamente qualificado. A data do julgamento ainda não foi marcada. Com a saída da jovem da prisão, seu processo deixa de ter prioridade, o que pode atrasar ainda mais o julgamento final para, pelo menos, mais dois anos.
 
Suzane Louise von Richthofen está no presídio Centro de Ressocialização, em Rio Claro, interior de São Paulo, que abriga presos em vias de serem libertados. Na cadeia, ela passou a trabalhar, cuidando das detentas com filhos, na enfermaria. Em seguida, passou a ensinar inglês e alemão às presidiárias.
 
Para Suzane, a bíblia tem sido a única tábua de salvação e sua única lembrança boa é o irmão Andréas que a perdoou pelo crime, indo visitá-la com freqüência.
Suzane irá morar com a avó paterna quando deixar a prisão.