Justiça determina a apreensão dos bens da Varig

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Publicado quarta-feira, 12 de abril de 2006 as 18:36, por: CdB

O juiz titular da 14ª Vara do Trabalho, Evandro Guimarães, do Tribunal Regional  do Rio de Janeiro, autorizou a apreensão (arresto) de bens da Varig por seu empregados, para que sejam usados como garantia do pagamento de passivos da empresa junto aos trabalhadores. O advogado dos trabalhadores, José Crescêncio da Costa Junior, do Escritório Bezerra Neves e Costa  confirmou que a ação foi movida pelas associações que integram o Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) e o Sindicato Nacional dos Aeronautas. Com o deferimento do juiz, os bens devem passar a ser administrados pelos empregados e concentrados por uma empresa denominada Varig Operacional.

O passivo da companhia com os credores, no entanto, permanece na antiga Varig. O pedido tambem prevê o uso dos recursos do fundo de pensão Aerus – cerca de R$ 200 milhões, dos 600 milhões em caixa, para cobrir despesas cotidianas da companhia. Quase simultaneamente à decisão do juiz, a Secretaria de Previdência Complementar (SPC) interveio no Aerus e promoveu a liquidação dos planos de benefícios dos trabalhadores.

Na SPC, instância que regula e fiscaliza os fundos de pensão, a medida foi necessária para evitar a tranferência de recursos do Aerus para o caixa da Varig, com o objetivo de proteger o patrimônio dos trabalhadores investidos no fundo. Na tentativa de superar os obstáculos, Crescêncio da Costa disse que pretende ingressar com uma ação civil pública contra a decisão da secretaria e encaminhar a ação de arresto ao juiz da 8ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Roberto Ayoub, que acompanha o processo.

Presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Paggio disse que ainda desconhece o processo de arresto dos bens da empresa. A Varig tem dívidas calculadas de R$ 7 bilhões. Seu principal credor é o fundo Aerus, que tem R$ 2,3 bilhões a receber da empresa. O passivo com o Aerus deve-se a depósitos que não foram feitas pela empresa aérea nos últimos anos. A Varig também deve, entre outros, a bancos, empresas de leasing, distribuidoras de combustíveis e Infraero.