Justiça definirá indiciamento de controladores militares

A Polícia Federal deve consultar a Justiça para saber se pode, ou não, indiciar controladores de vôo que são militares pela responsabilidade no acidente da Gol. O Boeing da Gol caiu no Norte de Mato Grosso em 29 de setembro, depois de colidir com um jato Legacy pertencente à empresa de táxi-aéreo norte-americana ExcelAire. As 154 pessoas que estavam a bordo do Boeing morreram.

O delegado Ramón Almeida da Silva, responsável pelas investigações sobre o acidente, tem até a próxima quarta-feira para encaminhar à Justiça um relatório do caso. A PF já considera que os controladores que trabalhavam no momento da colisão cometeram erros. Mas não devem ser indiciados agora porque são militares. A dúvida do delegado é se a polícia tem competência para fazer o indiciamento.

O relatório deverá citar um controlador e seu assistente, detalhando a responsabilidade de cada um. O supervisor de plantão também poderá ser incluído no documento e caberá à Justiça dizer como os militares deverão ser tratados.

Joe Lepore e Jan Paladino pilotavam o jato Legacy que colidiu com o avião da Gol em 29 de setembro. O Legacy, pertencente à empresa de táxi-aéreo norte-americana ExcelAire, fez um pouso de emergência no Pará e os sete ocupantes não tiveram ferimentos.

Logo após o acidente, os passaportes dos pilotos foram apreendidos. Na última sexta-feira, eles prestaram depoimento à Polícia Federal, em São Paulo, e foram indiciados por terem exposto ao perigo a segurança do tráfego aéreo. Depois, foram liberados e embarcaram para os Estados Unidos.