Justiça acusa Bertrand Cantat de homicídio da atriz Marie Trintignant

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Publicado sexta-feira, 8 de agosto de 2003 as 14:34, por: CdB

O cantor de rock francês Bertrand Cantat foi acusado pela Procuradoria de Vilnius do homicídio de sua namorada, a atriz Marie Trintignant, e pelo qual permanece detido na capital lituana.

A atriz morreu no último dia 31 por causa de um edema cerebral em uma clínica parisiense, após ser repatriada, em coma, de Vilnius, onde foi operada duas vezes devido às lesões cerebrais provocadas pelos golpes sofridos na madrugada de 27 de julho. Marie estava com o cantor em um hotel da capital lituana, onde rodava um filme.

Depois da apresentação formal das acusações por parte da Procuradoria, o tribunal encarregado do caso prorrogou o prazo de sua detenção, que expirava em 14 de agosto, até o próximo dia 15 de outubro.

Cantat não participou da sessão judicial, já que após um longo interrogatório na Procuradoria e de ouvir a acusação, ele foi levado novamente para a clínica penitenciária, na qual permanece internado.

O vocalista de 39 anos e líder do grupo Noir Désir, um dos mais bem-sucedidos do rock francês, teve de ser hospitalizado no dia 27 depois de ingerir uma mistura de remédios e álcool. Segundo testemunhas, ele permanece em um estado emocional muito instável.

As primeiras conclusões da necropsia realizada na filha do famoso ator Jean-Louis Trintignant apontam que a causa da morte foram os vários golpes recebidos na cabeça e não uma queda fortuita, como publicou a imprensa francesa.

O resultado dos exames desmente as declarações de Cantat, que reconheceu que ambos tiveram uma forte discussão, mas garantiu que as lesões da atriz foram acidentais.

A Procuradoria de Vilnius indicou que o atestado de óbito recebido da França na quarta-feira, segundo o qual a causa do falecimento foi um edema cerebral, foi suficiente para a acusação.

O procurador geral lituano, Antanas Klimavicius, declarou que Cantant deverá ser julgado na Lituânia, onde “foi cometido o crime e onde estão as testemunhas”. Anteriormente, a Lituânia já tinha negado a solicitação francesa para sua extradição.