Juros a longo prazo são os menores da história, diz Meirelles

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Publicado quarta-feira, 3 de dezembro de 2003 as 08:28, por: CdB

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, em palestra no Fórum de Líderes, disse que os juros no mercado futuro para papéis de 360 dias estão a 16,1% ao ano, o patamar mais baixo da história. Os juros no crediário para pessoas físicas reduziram-se de 87,3% ao ano em abril para 69,4% em outubro, a menor taxa desde o início da coleta de dados, em 1995. Ele disse que a queda no mercado demonstra o sucesso no combate a inflação. E afirmou que o Banco Central reconquistou a confiança a o interromper a “marcha batida para a hiperinflação”.

Segundo Meirelles, o novo governo assumiu o País com uma taxa de inflação analisada de 40% ao ano e uma retirada de US$ 28 bilhões nas linhas de crédito internacionais. Ele disse que a queda de 0,3% no Produto Interno Bruto foi um preço a ser pago para a retomada sustentada do crescimento. Para o presidente do BC, a reforma da previdência e tributária mostram que o superávit do setor público é crível.

Entre os fatores que demonstram o início da retomada do crescimento, segundo Meirelles, é que a massa salarial tem se recuperado desde maio de 2003, a produção industrial também está tendo recuperação nos setores de bens duráveis, bens de capital e também o de papel ondulado.

E já se notam uma reação “impressionante” da arrecadação do Cofins. Ele disse também que o perfil da dívida pública mobiliária tem melhorado, com a participação dos títulos cambiais caindo de 40% em outubro de 2002 para 24,4% em outubro de 2003. Segundo ele, o que leva a uma crise é a intervenção artificial do câmbio, e esse segmento está apresentando queda da volatividade, sendo um indicador de estabilidade econômica.

Meirelles disse que o Banco Central retomou a credibilidade pois o mercado apostava em janeiro em uma inflação para o ano de 11%, ante uma meta inflacionária de 8,5%. Agora, a projeção do mercado já caiu para 9,18% e para os próximos 12 meses já se trabalhava com uma taxa inflacionária de 5,8%, bastante compatível com a meta inflacionária para 2004, de 5,5%. E devido a maior confiança na economia, o BC está trabalhando com uma expectativa de investimento direto estrangeiro para 2004 de US$ 13 bilhões ante US$ 9 bilhões em 2003.