Julgamento da Parmalat começa em setembro

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado sábado, 25 de junho de 2005 as 16:37, por: CdB

Um juiz na Itália acusou formalmente 16 executivos e três instituições financeiras por envolvimento no colapso da gigante do setor de laticínios, Parmalat, em 2003. Os executivos, entre os quais está o fundador da companhia Calisto Tanzi, são acusados de realizar falsas auditorias e fraude de mercado.

As acusações ocorreram dois dias depois do banco americano Morgan Stanley ter fechado um acordo de 155 milhões de euros, cerca de R$ 446,8 milhões, com a Parmalat. O escândalo da Parmalat foi revelado devido ao vazamento da informação de que uma suposta conta bancária de uma subsidiária da companhia não continha os 3,94 bilhões de euros (cerca de R$ 11,35 bilhões) que a Parmalat afirmava ter.

Depois do escândalo, a companhia entrou com pedido de falência. Logo em seguida, a Parmalat revelou que sua dívida era de mais de 13,2 bilhões de euros (cerca de R$ 38 bilhões), cerca de oito vezes mais do que havia afirmado antes. Segundo promotores este foi um dos maiores casos de fraude em contas de uma empresa na Europa.

Audiências

Os 16 executivos foram acusados de fraude de mercado, falsa auditoria e impedir o trabalho de reguladores. As três instituições financeiras envolvidas, o escritório italiano do Banco da América, a firma de auditoria Deloitte & Touche e a ex-afiliada italiana da Grant Thornton, também foram acusadas de ajudar a Parmalat a enganar os investidores.

O Banco da América e a Deloitte & Touche negam as acusações e a Grant Thornton cortou relações com seu escritório italiano. As primeiras audiências do caso devem ocorrer no dia 28 de setembro, em Milão, na Itália.

A Parmalat foi fundada por Calisto Tanzi, que começou a companhia como uma pequena mercearia familiar, na cidade de Parma, no norte da Itália. A companhia cresceu e chegou a empregar 37 mil funcionários com sedes em mais de 30 países.