Jornalista entra com facilidade no complexo olímpico

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Publicado sexta-feira, 14 de maio de 2004 as 08:55, por: CdB

Uma jornalista britânica que foi presa pela polícia grega por entrar em um complexo olímpico contou nesta sexta-feira sobre como andou pelo local “com extraordinária facilidade” durante várias horas até ser encontrada.

“Esse deveria ser um dos lugares mais seguros do mundo, impenetrável para terroristas que planejem um possível ataque às Olimpíadas”, escreveu Laura Peek em um artigo de primeira página no jornal Times, com uma foto dela mesma em um estádio.

“Mas por duas horas e meia…o Times conseguiu andar, sem ser percebido, dentro do que deveria ser o local mais seguro das Olimpíadas”.

Em uma tática comum na mídia britânica, Peek e um fotógrafo do Times tentavam mostrar a fraca segurança quando foram presos na quinta-feira. Três jornalistas alemães também foram detidos.

Já com problemas por causa das críticas internacionais apesar de gastar 1 bilhão de euros (1,18 bilhões de dólares) em segurança, as autoridades gregas ficaram irritadas. “Eu diria aos jornalistas para lidarem com a segurança olímpica com muita seriedade, e não encará-la como apenas uma oportunidade para uma matéria”, disse nesta quinta-feira o ministro da Ordem Pública, George Voulgarakis. 

A prisão dos jornalistas aconteceu apenas uma hora antes de uma bomba explodir e outra ser descoberta do lado de fora de bancos em Atenas, aumentando as preocupações com a segurança depois de três explosões na semana passada.

A jornalista do Times disse que sua visita ao estádio principal começou quando perguntou a um guarda se poderia dar uma olhada. “Em vez de me mandar embora, o guarda me deu uma cerveja e me mostrou o local…Surpreendentemente, ele me alertou em um inglês ruim para tomar cuidado com os policiais que faziam a ronda a cada 25 minutos”.

“Depois de um fotógrafo do Times tirar mais de 90 fotos do que deveria ser uma área segura, entrei no meio do estádio Olímpico. Foi só aí que fomos vistos por um policial”. Os jornalistas receberam apenas uma advertência.

“Nas primeiras horas da manhã, o chefe da polícia local chegou. Depois de nos dar uma advertência formal, ele admitiu: ‘O estádio é mais ou menos seguro, mas ainda temos três meses…”‘.