Jorge Bornhausen condiciona apoio ao candidato José Serra

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Publicado quinta-feira, 10 de outubro de 2002 as 00:38, por: CdB

O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen, disse em entrevista à BBC Brasil que só vai fazer campanha para José Serra no seu Estado – Santa Catarina – se o PSDB apoiar Esperidião Amin para o governo estadual.

“Se continuar esta incoerência de o PSDB apoiar em Santa Catarina um candidato que está com o Lula (Luiz Henrique, do PMDB) e não o Espiridião Amin (candidato do PPB coligado ao PFL) eu voto no Serra, mas não faço campanha”, disse.

A posição de Bornhausen ilustra bem as dificuldades que os tucanos estão enfrentando para conseguir um apoio consistente dos partidos de centro-direita para sua campanha.

Em uma reunião nesta quarta-feira, o PFL decidiu recomendar o apoio a Serra, mas deixou aberta a possibilidade de seções regionais do partido optarem por Lula.

Conflitos

Já era dado como certo que caciques como Antônio Carlos Magalhães e Roseana Sarney não apoiariam Serra devido aos conflitos com o PSDB e com o próprio candidato nos últimos meses.

Mas a posição de Bornhausen mostra que os tucanos também vão ter de enfrentar conflitos regionais para conquistar o apoio de políticos que, em princípio, simpatizam com a candidatura de José Serra.

“A recomendação de apoio, sem obrigação, foi a melhor solução que o PFL encontrou para acomodar os companheiros de partido que já declararam uma posição diferente”, disse.

O PMDB – que faz parte da coligação que lançou Serra – está agora se esforçando para fazer com que os líderes que não querem ficar com os tucanos mantenham pelo menos uma posição neutra, o que facilitaria acordos em alguns estados.

Decisão

Entre os líderes que estão sendo contactados pelo PMDB para esta estratégia estão José Sarney e o próprio Luiz Henrique.

Jorge Bornhausen disse ainda que o PFL já tem uma reunião marcada para o dia 31 de outubro com o objetivo de decidir o posicionamento do partido em relação ao novo governo.

Mas apesar de dissidentes apoiarem Lula, Bornhausen não vê “nenhuma chance” de o partido participar da base de um governo petista.

“Se o PT estiver no governo, com certeza o PFL será oposição”, disse.