Em outubro, três das oito rádios citadas pela campanha de Bolsonaro questionaram o documento enviado pela coligação do chefe do Executivo federal ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As emissoras, porém, apontaram diferenças entre o que foi veiculado.
Por Redação – de Brasília
A coordenação de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou à Justiça Eleitoral, nesta segunda-feira, a despesa de R$ 1 milhão pagos à empresa Audiency Brasil, responsável pela auditoria que apontou, sem qualquer prova ou evidência, a existência de uma suposta fraude em inserções em rádios. “O valor é o dobro do recebido pela Soundview, que realizava serviços de checking para o presidente até então” , avalia o jornalista Lauro Jardim, em sua coluna no diário conservador carioca O Globo, nesta manhã.
“Bolsonaro queria que fosse instaurada uma investigação para verificar se houve favorecimento a Lula. O ministro Alexandre de Moraes, no entanto, negou o pedido. Em sua decisão, disse que a Audiency não oferece as condições necessárias de segurança para as conclusões apontadas”, acrescenta o colunista.
Em outubro, três das oito rádios citadas pela campanha de Bolsonaro questionaram o documento enviado pela coligação do chefe do Executivo federal ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As emissoras, porém, apontaram diferenças entre o que foi veiculado, e o número e os horários das inserções identificadas na auditoria realizada pela Audiency.
Gastança
As emissoras também disseram ter gravações dos dias citados pela auditoria e que as mesmas estavam à disposição do Judiciário. Poucos dias após a campanha bolsonarista fazer os questionamentos, o ministro das Comunicações, Fábio Faria (PP), reconheceu que o PL – partido de Jair Bolsonaro – foi o culpado por não ter enviado às inserções eleitorais para as rádios.
Não bastasse a gastança injustificada com a contratação milionária da empresa de pesquisa, o PL terá que arcar com mais despesas destinadas à manutenção do futuro ex-presidente. Mesmo sem as benesses da Presidência da República a partir de 2023, o presidente Jair Bolsonaro, que foi derrotado das urnas, deverá receber do PL um escritório com assessores, carros à disposição e uma remuneração equivalente ao do presidente do partido, Valdemar Costa Neto.
Ainda segundo Jardim, a cúpula do PL já sabe que precisará pagar o salário de R$ 39.293,32 para Bolsonaro, que é o mesmo de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Os recursos também serão extraídos do fundo partidário, pago pelos brasileiros.
Remunerado
Além dos valores do partido, Bolsonaro terá seus R$ 42 mil que recebe com as aposentadorias de militar e de deputado. Também terá direito a oito funcionários por ter sido presidente da República.
Recentemente, com os rumores de que poderia apoiar o novo governo do ex-presidente Lula (PT), que se inicia a partir do próximo ano, levaram o presidente Costa Neto a convocar uma coletiva de imprensa e adiantar que pretende fazer oposição ao novo governo. Além disso, disse que Bolsonaro seria o presidente de honra do PL e que ele teria uma função remunerada na legenda.
— Quero pagar o maior valor que eu puder, porque ele é um cabo eleitoral de 58 milhões de votos. Bolsonaro é o nosso capitão, vamos seguir ele no que for preciso — resumiu Valdemar.