Os três maiores sindicatos da Itália realizam uma greve geral nesta terça-feira para protestar contra as políticas econômicas do governo comandado pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
Essa é a quarta paralisação nacional desde que o dirigente tomou posse em 2001.
Fábricas, trens, bancos e aviões vão ficar parados por um período de quatro a oito horas, e os líderes sindicais planejam comícios em mais de 70 cidades de todo o território italiano. A greve deve atingir o tráfego aéreo, em especial entre o meio-dia e as 16h (9h e 13h em Brasília). A empresa aérea Alitalia cancelou 136 de seus vôos.
Órgãos do governo e agências do correio ficarão fechados por todo o dia e até mesmo os médicos devem suspender suas atividades por 24 horas. Os transportes públicos em várias cidades do país também devem ser interrompidos.
A manifestação acontece dias depois de Berlusconi ter anunciado um corte de impostos de 8,6 bilhões de dólares para 2005, o que o ajudou a recuperar a iniciativa política após meses de disputas travadas dentro da coalizão de governo dele, de centro-direita.
Os sindicatos criticaram a medida, afirmando que o pacote de cortes beneficia os ricos e oferece pouca ajuda para os trabalhadores, insatisfeitos também com o desempenho tímido da economia nos últimos três anos.
– Essa greve é a melhor resposta ao massacre social desse governo dos privilegiados, que dá aos ricos cortando serviços oferecidos aos cidadãos – afirmou Alfonso Pecoraro Scanio, líder do partido Verde do país.
Berlusconi pressionou bastante sua coalizão para aprovar os cortes nos impostos, ameaçando até mesmo dissolver o governo caso a medida fracassasse.