Israel tenta barrar novas medidas para ampliar ajuda em Gaza

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Publicado terça-feira, 19 de março de 2024 as 11:50, por: CdB

Em documento apresentado à Corte Mundial, Israel negou o genocídio e pediu que o tribunal interrompa as determinações emergenciais de combate à fome no enclave.

Por Redação, com CartaCapital – de Jerusalém

Israel apresentou à Corte Internacional de Justiça (CIJ), na segunda-feira, um documento em resposta à segunda denúncia da África do Sul sobre genocídio na Faixa de Gaza e solicitações de maior ajuda humanitária na região, devido a “fome generalizada”.

Benjamin Netanyahu

Nele, Israel classificou a denúncia como “moralmente repugnante” e pediu que a Corte não emita medidas de emergência para intensificar o apoio humanitário na região afetada pela guerra.

“Totalmente infundadas de fato e de direito, moralmente repugnantes e representam um abuso tanto da Convenção sobre Genocídio quanto do próprio tribunal”, diz um trecho da resposta israelense ao CIJ.

As medidas de emergência obrigariam Israel a garantir que suas tropas não cometam atos genocidas contra os palestinos em Gaza e quaisquer outros atos que pudessem ser enquadradas na Convenção de Genocídio.

A nova ação da África do Sul, junto a mais alta jurisdição da ONU, foi protocolada diante da recorrência do Exército Israelense em bloquear a entrada de caminhões com alimentos e equipamentos médicos.

Agências de assistência humanitária estimam que 2,3 milhões de habitantes de Gaza passam por severas restrições alimentares. As forças israelenses dizem, por sua vez, que a decisão de bloquear os mantimentos serve para “pressionar o Hamas”.

Apesar de confirmar os bloqueios, Israel sustenta que “tem uma preocupação real com a situação humanitária e com vidas inocentes, conforme demonstrado pelas ações que tomou e está tomando” em Gaza durante a guerra.

Sobre os ataques, Israel negou ter civis palestinos como alvos, e que seu único interesse é aniquilar o Hamas.

Al Jazeera denuncia Exército israelense por deter e espancar um jornalista

A emissora catari Al Jazeera informou, na segunda-feira, que as forças israelenses detiveram e espancaram seu correspondente Ismail al Ghoul durante uma operação no maior hospital de Gaza.

O Exército israelense alegou que estava lutando no hospital Al Shifa contra militantes do grupo islamista palestino Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007.

Testemunhas afirmaram ter visto ataques aéreos e tanques perto das instalações médicas, superlotadas com pacientes e pessoas deslocadas.

“O Exército de ocupação espancou severamente o correspondente da #AlJazeera, Ismail al Ghoul, antes de detê-lo dentro do complexo médico Al Shifa, em Gaza”, disse a Al Jazeera na rede social X.

O Exército israelense ainda não reagiu a essas acusações.

Uma fonte da Al Jazeera disse à agência francesa de notícias AFP que outras cinco pessoas foram detidas, incluindo a equipe de gravação e técnicos de Ghoul.

A fonte, que falou sob condição de anonimato, afirmou ainda que um tanque israelense destruiu o veículo utilizado por Ghoul e sua equipe.

No mês passado, a emissora acusou Israel de atacar sistematicamente os funcionários da Al Jazeera que trabalham em Gaza.

Até segunda-feira, pelo menos 95 jornalistas e trabalhadores da imprensa foram confirmados como mortos na guerra entre Israel e o Hamas, de acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), que cita “investigações preliminares”.

Destes, 90 eram palestinos, segundo o CPJ.

Dois jornalistas da Al Jazeera morreram na guerra de Israel contra o Hamas em Gaza, e o diretor de seu escritório neste território palestino, Wael al Dahdouh, ficou ferido.

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