Israel rejeitou nesta quarta-feira um pedido do secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Kofi Annan, para levantar seu bloqueio aéreo e marítimo sobre o Líbano, e afirmou que fará isso somente quando todos os elementos do cessar-fogo forem implementados.
Em conversa de uma hora com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, Annan pressionou pelo fim do embargo imposto depois do início da guerra contra o grupo Hezbollah, em 12 de julho. Mas Olmert rejeitou o pedido, dizendo que qualquer relaxamento da medida sobre portos e sobre o espaço aéreo libanês depende da implementação total da resolução 1701 da ONU, que determina o cessar-fogo com o Hezbollah.
– A resolução é um tema fixo e tudo será implementado, incluindo o levantamento do bloqueio, como parte da implementação total dos diversos artigos – disse.
A Resolução 1701 pede o envio de 15 mil soldados da ONU até 4 de novembro, junto com forças libanesas.
Olmert também foi firme em relação a sugestões de Annan de que Israel deveria retirar todas as suas tropas do sul do Líbano “dentro de dias ou semanas”, quando cerca de 5 mil soldados de manutenção da paz da ONU estiverem no terreno.
– Israel vai sair do Líbano quando a resolução for implementada – disse Olmert, indicando que a presença será mais longa do que o esperado.
Olmert também reiterou o pedido pelo envio de tropas da ONU não só para o sul do Líbano, mas também para a região da fronteira com a Síria. A resolução da ONU afirma que esta medida depende de pedido do governo libanês.
Annan, que está em Jerusalém depois de visita ao Líbano, tenta reforçar a frágil trégua de duas semanas, que encerrou 34 dias de guerra entre Israel e o Hezbollah. Sua principal prioridade é o fim do bloqueio.