O primeiro-ministro interino de Israel, Ehud Olmert, disse nesta segunda-feira que continuará a lidar com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, enquanto ele não se aliar com o grupo radical islâmico Hamas. Segundo Olmert, seu país continuará a transferir impostos e taxas alfandegárias à Autoridade Palestina enquanto o Hamas, que venceu as eleições parlamentares e negocia agora a formação de novo governo, não estiver no controle.
– Não tenho nenhum interesse em prejudicar Abu Mazen (Mahmoud Abbas) enquanto ele não cooperar com o Hamas e enquanto o governo palestino não for liderado pelo Hama – declarou Olmert.
Líderes do Hamas devem discutir a partir desta segunda-feira no Cairo, no Egito, a formação do novo governo palestino. A reunião foi marcada para o Egito para permitir a participação também de lideranças do grupo no exílio. No sábado, representantes do Hamas se reuniram com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, e concordaram que o novo parlamento deve tomar posse no dia 16 de fevereiro. Governos ocidentais advertiram o Hamas de que o grupo terá de renunciar à violência e reconhecer Israel se quiser que seu futuro governo continue recebendo ajuda financeira internacional.
No domingo, o governo israelense decidiu retomar os repasses de impostos e taxas alfandegárias coletadas para a Autoridade Palestina. Os repasses haviam sido interrompidos após a vitória eleitoral do Hamas. Israel considera o Hamas uma organização terrorista. O secretário de Governo israelense, Zeev Boim, disse que o gabinete decidiu fazer os pagamentos relativos a janeiro, que somam US$ 45 milhões, porque o Hamas ainda não assumiu um papel no governo palestino. Segundo Boim, os pagamentos podem ser interrompidos novamente se o Hamas fizer parte do governo palestino.