Iraquianos contam últimos votos em meio a ameaças de Zarqawi

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Publicado terça-feira, 1 de fevereiro de 2005 as 09:52, por: CdB

Funcionários eleitorais do Iraque começaram, nesta terça-feira, a contagem final dos votos da eleição de domingo, depois de a rede Al Qaeda ter prometido continuar sua “guerra santa” no país. Os números estão sendo compilados agora por computador, depois que as primeiras contagens foram completadas à mão na segunda-feira.

Os resultados finais, que devem ser divulgados no começo da próxima semana, devem apontar a vitória da maioria xiita pela primeira vez. Este será um marco da política iraquiana, após oito décadas de domínio da minoria árabe sunita.

O primeiro-ministro interino, Iyad Allawi, exortou grupos étnicos e religiosos a se unir. Mas o braço da Al Qaeda no Iraque, liderado pelo jordaniano Abu Musab al-Zarqawi, disse que manterá a guerra contra as forças ligadas aos EUA e aos iraquianos trabalhando com elas.

 
   
Um comunicado atribuído ao grupo do terrorista jordaniano Abu Musab al Zarqawi, publicado nesta terça-feira na internet, afirma que os rebeldes continuarão com a guerra no Iraque, mesmo depois das eleições legislativas realizadas neste domingo.

– Os combatentes da Organização da Al Qaeda no país de Rafidain (Mesopotâmia) avançarão em sua jihad (guerra santa) até que o estandarte da unidade (divina) seja visto no céu de Rafidain. – afirma o texto.

No comunicado, cuja autenticidade não foi comprovada, o grupo também diz que seus combatentes não têm outra opção que “a vitória ou o martírio.”

O texto também afirma que as eleições de domingo uma “nova farsa”, com a qual os Estados Unidos “acreditam poder se proteger dos ataques louváveis dos mujahidins, os combatentes da fé.”

– Que Bush, Blair e seus aliados saibam que somos os inimigos da democracia e dos que pedem a democracia, pois só aceitamos o poder de Deus e (do profeta) Muhammad. – diz o texto.

No comunicado, os rebeldes também dizem que conseguiram impedir a votação em algumas regiões do Iraque, em particular as áreas sunitas, minimizando o impacto das eleições.

– Estas eleições e suas conseqüências só reforçarão nossa determinação de vencer o que é (religiosamente) falso (…) e até o estabelecimento de um Estado (islâmico). –  afirma a nota.

Zarqawi, o homem mais procurado pelo Exército americano no Iraque, onde seu grupo já reivindicou vários atentados, declarou no dia 23 de janeiro uma “guerra selvagem” às eleições. O governo dos Estados Unidos oferece uma recompensa de US$ 25 milhões por sua captura.