Iraque prepara-se para mais ataques após bomba

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Publicado quinta-feira, 1 de janeiro de 2004 as 12:02, por: CdB

Soldados norte-americanos e a polícia iraquiana entraram em alerta na quinta-feira na expectativa de mais ataques marcando o início de 2004 depois que um carro-bomba explodiu perto de um restaurante em Bagdá, matando cinco pessoas que comemoravam o ano-novo.

A bomba devastou o restaurante Nabil cerca de duas horas e meia antes da meia-noite, espalhando escombros e pedaços de automóveis pela rua e ferindo mais de 20 pessoas, incluindo três jornalistas do Los Angeles Times.

Na cidade de Baquba, a 65 quilômetros da capital, cerca de mil soldados norte-americanos e 400 policiais iraquianos executaram uma grande busca noturna a integrantes de uma célula militante muçulmana Wahhabi, que é responsabilizada pelos ataques contra as forças dos Estados Unidos.

Uma autoridade militar dos EUA disse que foram detidos 11 líderes da guerrilha que estavam sendo procurados. Várias armas também foram apreendidas.

Militares dos EUA no Iraque temiam que guerrilhas atacassem na véspera do ano-novo, num sinal de que vão prosseguir com a resistência contra as tropas de ocupação apesar da captura do ditador Saddam Hussein.

O Natal foi marcado por uma série de ataques em Bagdá. “Nós sempre assumimos uma postura de vigilância extra em datas importantes do calendário”, disse o general Martin Dempsey, comandante da 1a. Divisão responsável pela segurança em Bagdá, a repórteres na quarta-feira.

Funcionários do restaurante disseram que mais de 40 pessoas estavam dentro do estabelecimento quando a bomba explodiu. Tropas dos EUA e ambulâncias iraquianas, policiais e bombeiros se dirigiram para o local.

“Esse foi um ataque criminoso e um ato terrorista feito por pessoas que não têm moral ou ética”, disse o chefe de polícia do Iraque, Ahmed Qadim Ibrahim. “Foi um carro-bomba cheio de dinamite.”

O governo dos EUA culpa aliados de Saddam e militantes muçulmanos estrangeiros pelos ataques às forças de ocupação, organizações internacionais e iraquianos aliados.

Pelo menos 327 soldados dos EUA foram mortos desde o início da guerra ao Iraque, em março, dos quais 212 em ataques desde que foi declarado o fim do conflito principal, em maio.

As ruas de Bagdá estavam quase desertas nas primeiras horas de 2004. A maioria das pessoas ficou em casa depois que a explosão da bomba ecoou no centro da cidade, reverberando janelas a um quilômetro de distância.