O Irã começou a processar urânio há mais de uma semana para prepará-lo para ser enriquecido – um processo que pode ser usado na fabricação de armas nucleares – desafiando a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), disse um diplomata nesta quarta-feira.
O presidente do Irã, Mohammad Khatami, disse que seu país não cederia às pressões internacionais e não abriria mão do que diz ser um programa nuclear pacífico. Os Estados Unidos acusam o governo iraniano de tentar secretamente obter armas atômicas.
Uma porta-voz da AIEA disse que o processamento de urânio estava sendo acompanhado de perto pela agência.
– A conversão do urânio está sendo realizada sob a supervisão da AIEA – disse a porta-voz Melissa Fleming.
A agência das Nações Unidas instalou câmeras de monitoramento na fábrica iraniana de conversão de urânio de Isfahan para controlar a produção de hexafluoreto de urânio, o material colocado nas centrífugas responsáveis por fornecer o urânio enriquecido.
– Eles (a IAEA) sabiam que a produção havia começado – afirmou um diplomata à Reuters.
No mês passado, a agência aprovou uma resolução exigindo que o Irã suspendesse todas as atividades ligadas ao enriquecimento de urânio, entre as quais a obtenção do material usado nas centrífugas.
Mas o governo iraniano repetiu não ter intenção de suspender suas atividades nucleares.
– Continuaremos a cooperar com a AIEA, mas, ao mesmo tempo, não nos renderemos e nem paralisaremos nosso programa nuclear devido às pressões internacionais – afirmou Khatami.
– É nosso direito e nosso dever usar a energia nuclear para fins pacíficos – ressaltou.