O Irã anunciou que está temporariamente suspendendo seu programa de enriquecimento de urânio e está entregando uma carta para a ONU dizendo que concorda em assinar o chamado Protocolo Adicional.
O protocolo permite inspeções mais detalhadas das instalações nucleares do país, que, segundo os Estados Unidos, estariam sendo usadas para desenvolver armas nucleares.
O anúncio foi feito em Moscou por Hassan Rowhani, secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã.
O urânio enriquecido alimenta usinas de energia nuclear, mas pode também ser usado para produzir armas.
Ceticismo
Diplomatas ocidentais reagiram à declaração iraniana com ceticismo.
Eles disseram que para o Irã, suspender o programa significa apenas desligar as centrífugas que tornam possível a produção de urânio altamente enriquecido.
Grã-Bretanha, França e Alemanha, no entanto, querem a suspensão de todas as atividades envolvidas no enriquecimento do urânio, incluindo entrega de materiais, construção de novas instalações e pesquisa.
Como resultado da declaração iraniana, feita durante um encontro entre representantes do Irã e autoridades russas em Moscou, a Rússia declarou que pode agora prosseguir com planos de construir a primeira usina nuclear do Irã.
“Por causa disso (o anúncio por parte do Irã), nós não vemos obstáculos à cooperação com Teerã na esfera nuclear”, teria dito o presidente Putin, de acordo com a agência de notícias
Interfax
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU está publicando nesta segunda-feira um relatório dizendo que não encontrou evidências de que o Irã possua um programa secreto para a fabricação de armas nucleares.
“Eles não têm qualquer indício de um programa nuclear”, declarou à agência de notícias Reuters um diplomata que acompanha de perto as atividades da AIEA.