A situação jurídica dos empresários Irineu, João e José, filhos do finado Roberto Marinho, fundador da Globo, no entanto, não está para brincadeira.
Por Redação – do Rio de Janeiro
As Organizações Globo, citadas por pesada corrupção no mundo dos esportes, tem negado, peremptoriamente, em todos os jornais da empresa, na TV, rádio e nas versões impressa e digital, que teria feito “amplas investigações internas” e constatado que, “após mais de dois anos de investigação (…) jamais realizou pagamentos que não os previstos nos contratos”.
Foi o bastante para os internautas, nas redes sociais, caírem na gargalhada, em memes e notas publicadas sobre a pauta:
Fim de comédia
“A Globo noticia que a Globo foi acusada de pagar propina. Porém, a Globo investigou a própria Globo e informou que a Globo não tolera propinas”, registra uma das publicações mais sarcásticas. As piadas se estendem até ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva:
“Lula fez uma investigação interna e concluiu que não é dono do triplex. Pronto, passa a régua. A lei é para todos”, escreveu o midiativista Gerson Carneiro.
A situação jurídica dos empresários Irineu, João e José, filhos do finado Roberto Marinho, fundador do império midiático, no entanto, não está para brincadeira. Eles poderão ser chamados, a qualquer momento, a prestar esclarecimentos à Polícia Federal, segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil.
Os fatos se agravaram, nesta quinta-feira, diante da descoberta, por parte dos investigadores, que o executivo Marcelo Campos Pinto, responsável pela aquisição dos eventos esportivos para a emissora nas últimas décadas, tinha procuração para negociar os contratos no Brasil e no exterior em nome da família Marinho.
Concessão
O documento foi obtido pelo Jornal da Record, datado de 12 de março de 2013. No mesmo mês da procuração, a Rede Globo, a Televisa e a Torneos teriam concordado em pagar US$ 15 milhões, em propina, para garantir os direitos de transmissão das Copas do Mundo de 2026 e 2030, segundo o ex-presidente da empresa Torneos Y Competencias, Alejandro Burzaco.
Diante das evidências, a Globo voltou a ser destaque no jornal de maior circulação nos EUA; o The New York Times. Na edição que circulou, na véspera, Burzaco revelou que a Globo pagou US$ 15 milhões (R$ 50 milhões) em propina. Dinheiro sujo em contratos com a Fifa. A corrupção na emissora já havia sido destaque no NYT nesta semana; com as denúncias de que pagou propina para obter direitos de transmissão de jogos da Libertadores e da Sulamericana.
Nesta manhã, em notas distribuídas para a mídia independente; os deputados petistas Wadih Damous (PT-RJ) e Paulo Pimenta (PT-RS) foram adiante. Pedem, respectivamente, a cassação da concessão da emissora e a investigação da mesma no Brasil. Eles igualam a corrupção dos Marinhos àquela existente no Sistema S, que também deve ser objeto de investigação.