Investidores correm para os países emergentes, constata gestor do MS

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Publicado terça-feira, 28 de novembro de 2023 as 18:48, por: CdB

Com uma carreira de 24 anos, Stocker é responsável por co-liderar os times de gestão e alocação em mercados emergentes (EM, na sigla em inglês) de Boston, Washington D.C., Londres e Singapura. Entrou para um dos grandes bancos de Wall Street em 2021, com a aquisição da Eaton Vance, uma das empresas mais tradicionais de investimento dos Estados Unidos.

Por Redação, com Bloomberg – de Nova York, NY-EUA

Países emergentes têm se destacado no portfólio de investidores ao redor do mundo. Depois de um período de juros mais altos que garantiram retornos na renda fixa, uma mudança de ciclo e a busca por melhores retornos tendem a favorecer ativos de emergentes, em especial papéis de dívida e ações, uma vez que essas economias estiveram à frente do mundo desenvolvido no combate à inflação. Essa é a avaliação de Marshall Stocker, co-diretor de Mercados Emergentes (EM) do banco norte-americano Morgan Stanley (MS).

Morgan Stanley
O Morgan Stanley avalia mudanças no horizonte econômico mundial

— Os investidores estão começando a procurar por valuations atrativos, e esses parecem estar nos emergentes — disse Stocker, em entrevista à agência norte-americana de notícias Bloomberg Línea.

Com uma carreira de 24 anos, Stocker é responsável por co-liderar os times de gestão e alocação em mercados emergentes (EM, na sigla em inglês) de Boston, Washington D.C., Londres e Singapura. Entrou para um dos grandes bancos de Wall Street em 2021, com a aquisição da Eaton Vance, uma das empresas mais tradicionais de investimento dos Estados Unidos, já com uma experiência de mais de uma década de gestão de ativos de emergentes, superando os pares em diferentes ocasiões.

 

Oportunidades

Segundo ele, a estratégia de mercados emergentes do Morgan Stanley tem registrado o melhor ano em termos de entrada de recursos desde a crise financeira de 2008, com os investidores aproveitando as oportunidades, de forma a se preparar para a maior busca por retorno.

O índice MSCI de Ações de Mercados Emergentes acumulou ganhos de 10,8% nos 12 meses até o fim de outubro. O indicador de moedas avança mais de 2% apenas em novembro.

De acordo com Marshall, o horizonte segue positivo para a estratégia.

— Temos uma década promissora daqui em diante, em que muitos dos problemas à frente são de mercados desenvolvidos. Os EM já enfrentaram tudo isso e, por causa de políticas monetárias ortodoxas, continuarão a melhorar suas instituições econômicas e a desviar de muitos problemas que estão sendo vistos hoje nos países desenvolvidos — afirmou.

 

Inflação

Ainda segundo Marshall, “talvez os países desenvolvidos sejam os novos emergentes, e os emergentes, os novos desenvolvidos”.

— O que eu quero dizer é que, alguns meses atrás, quando bancos centrais de países desenvolvidos, incluindo o Federal Reserve, nos EUA, tentaram entender se a inflação era transitória ou se havia uma inflação de oferta vs. demanda, os bancos centrais de EM estavam trabalhando. Eles subiram os juros, e não foi pouco — acrescentou.

Com isso, continua Marshall, “as respostas de política monetária em emergentes vieram primeiro do que nos desenvolvidos”.

— Normalmente é o oposto. E agora estamos vendo desinflação nos EM e cortes de juros no Brasil, no Chile e no Vietnã. Parece que os EM estão liderando esse ciclo de inflação, porque foram eles que reagiram de uma forma ortodoxa e urgente à alta dos preços. com os juros mais altos, investidores migraram para ativos de renda fixa, deixando de lado ações, fundos e outras classes de ativos consideradas mais arrojadas — pontua.

 

Desinflação

E questiona: “Os emergentes, liderando o ciclo de flexibilização monetária, deverão ver primeiro a reversão dessa tendência?”. Para responder em seguida:

— Com certeza. Os investidores reagiram a esse ciclo de desinflação como foram pré-programados anteriormente: vendendo o que parecia mais arriscado, o que poderia quebrar se o custo do capital aumentasse, e dando preferência às taxas de 5% que conseguem nos EUA para fundos de curto prazo. Esse tem sido o curso natural da história.

Mas, resume o banqueiro, “o que aconteceu desta vez foi que os investidores começaram a perceber que os EM não estão quebrando. Por causa da resposta rápida que esses países deram à inflação, nós registramos no Morgan Stanley nossa melhor entrada de recursos na estratégia desde a crise financeira global”.

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