Internacional Socialista discute reforma da ONU e Oriente Médio

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Publicado segunda-feira, 23 de maio de 2005 as 06:06, por: CdB

A Internacional Socialista (IS) começa nesta segunda-feira sua primeira jornada de debates com a questão do Oriente Médio e a reforma da ONU como temas prioritários.

Mais de 300 participantes, entre eles cerca de 150 organizações e partidos filiados à IS, participam desta reunião que tem sua sede pela primeira vez no Oriente Médio em cerca de quatro décadas.

A IS decidiu realizar seu Conselho nas cidade israelense de Tel Aviv e a palestina de Ramala como sinal de apoio ao processo de paz no Oriente Médio iniciado na cúpula de Sharm el-Sheikh, em 8 de fevereiro, e ao plano de evacuação da Faixa de Gaza, do primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon.

No entanto, já ontem na reuniões prévias afloraram as profundas divergências que existem entre os partidos israelenses Trabalhista (PL) e Yahad, – ambos anfitriões junto ao movimento Fatah – sobre a evacuação de Gaza.

Yossi Beilin, presidente de Yahad, defendeu um apoio restrito e no qual a IS esclareça que a evacuação só deve ser um primeiro passo “porque de nada serve evacuar Gaza para transformá-la em uma grande prisão”.

Por sua vez, o líder trabalhista Shimon Peres defendeu a evacuação, “já que neste momento não existe a possibilidade de chegar a um acordo de paz com os palestinos”, declarou.

Em um duro intercâmbio de posturas entre os dois dirigentes israelenses, Peres assinalou que as questões de Jerusalém e os refugiados palestinos não estão maduras para serem resolvidas neste momento.

Durante a discussão interveio o ex-primeiro-ministro da Itália Massimo D’Alema, que acusou Peres de abandonar sua postura e inclusive de ter abandonado o “espírito de Oslo”, as negociações para a paz entre palestinos e israelenses que começaram em 1993.

Outro dos assuntos que abordará hoje a IS é sua postura sobre a reforma da ONU, em particular o Conselho de Segurança.

O conselho da IS estará reunido até esta tarde em Tel Aviv, quando os 300 delegados se deslocarão para Ramala para seguir os debates, que acabarão amanhã com uma resolução na qual espera-se que a IS apóie a chamada “Iniciativa de Genebra”, de Beilin, como faz desde 2003.