Instabilidade mundial leva nervosismo ao mercado de petróleo

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Publicado quarta-feira, 25 de janeiro de 2006 as 12:00, por: CdB

O preço do petróleo operava abaixo dos US$ 66 nesta quarta-feira devido à expectativa de alta nos estoques de petróleo e derivados dos EUA, mas a situação no Irã e nas instalações petrolíferas na Nigéria continua a preocupar os investidores. Às 10h39 (em Brasília), o barril do petróleo cru para entrega em março, negociado na Bolsa Mercantil de Nova York, estava cotado a US$ 66,67, em baixa de 0,58%.

Foi divulgado também, nesta quarta-feira, o relatório semanal de estoques do Departamento de Energia dos EUA. Com o inverno menos intenso no país e um consumo menor de destilados como combustível para calefação, combinado a uma recuperação na atividade das plataformas e refinarias no golfo do México após as passagens de furacões pela região no ano passado que afetaram a produção, as reservas cresceram. Mas permanecem, no entanto, as preocupações com questões geopolíticas que poderiam interferir no fornecimento global de petróleo.

Em Port Harcourt, no Sul da Nigéria, no mínimo sete pessoas morreram em um ataque armado contra os escritórios da empresa de petróleo italiana Agip. Foi o último de uma série de ataques contra empresas de petróleo no delta do rio Níger e seguiu-se ao seqüestro de quatro funcionários estrangeiros em uma plataforma de petróleo da Shell no país. O grupo rebelde, Movimento pela Emancipação do delta do Níger, que luta por participação na riqueza de petróleo da região e exige a libertação de líderes locais, havia prometido novos ataques. A instabilidade levou a uma queda de 10% na produção de petróleo da Nigéria. O país é o principal exportador de petróleo da África e o quinto na lista de importações dos EUA.

Outro risco presente é o Irã. Há uma grande possibilidade de que o país venha a provocar uma crise no fornecimento de petróleo devido à pressão dos EUA e de países europeus para recorrer ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para deter os planos do governo iraniano de dar prosseguimento a seu programa de enriquecimento de urânio. O Irã é o segundo maior exportador da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).