Inspetores de armas partem para o Iraque na próxima segunda-feira

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Publicado quarta-feira, 13 de novembro de 2002 as 21:07, por: CdB

O embaixador iraquiano na ONU afirmou nesta quarta-feira que Bagdá aceitou a resolução do Conselho de Segurança exigindo que os inspetores de armas possam entrar novamente no Iraque, mas negou que seu país tenha qualquer arma de destruição de massas.

O diplomata iraquiano, Muhammad al-Douri, disse que entregaria uma carta ao escritório do secretário-geral Kofi Annan ainda nesta quarta, informando os 15 membros do Conselho de Segurança de que o governo do presidente Saddam Hussein concordou em cooperar com a ONU.

“Nós explicamos na carta toda a questão iraquiana negociada aqui dentro da ONU”, disse al-Douri. “Então tentamos explicar nossa posição, dizendo que o Iraque não tem, nunca teve e nunca terá armas de destruição de massas”. Ele acrescentou que, por este motivo, o Iraque não teme a volta dos inspetores para o país.

Em resposta à pergunta de um repórter, ele disse, “O Iraque é limpo, sim”. Não houve comentário imediato do governo Bush.

Perguntado porque o Iraque havia aceitado a resolução depois de se opor à idéia tão duramente, al-Douri afirmou, “Era o momento certo de dar a resposta”.

“Nós sempre escolhemos os caminhos e meios pacíficos”, continuou. “E isso é parte da nossa política para proteger nosso país, proteger nossa nação, proteger nossa região também da ameaça da guerra, que é real. E todo mundo sabe disso”.

Seguindo a declaração iraquiana, oficiais da ONU em Viena disseram que os primeiros inspetores de armas partiriam para o Iraque na próxima segunda-feira.

O Conselho de Segurança adotou a resolução de forma unânime na última sexta-feira depois de meses de um lobby diplomático do governo Bush, que ameaçou atacar o Iraque se a ONU não agisse.

A Resolução 1441 dá ao Iraque uma “oportunidade final” de cumprir as resoluções de desarmamento e estabelecer um rigoroso regime de inspeções, dando aos inspetores da ONU acesso imediato a qualquer parte do Iraque. O texto alerta sobre “sérias conseqüências” caso o Iraque cometa outra violação – implicando em guerra. Mas tais violações devem ser reportadas pelos inspetores para o Conselho, que se reunirá para decidir o próximo passo a ser tomado.

O Conselho de Segurança estabeleceu um prazo de resposta para Bagdá até sexta-feira. O Parlamento iraquiano, reunido em uma sessão especial para debater a questão, rejeitou a resolução na última terça-feira, mas deixou o caminho aberto para Saddam aceitá-la.