Inflação nos EUA surpreende e é a maior em 25 anos

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Publicado sexta-feira, 14 de outubro de 2005 as 11:20, por: CdB

O índice de preços ao consumidor, Consumer Price Index (CPI), nos Estados Unidos, subiu 1,2% em setembro, o maior aumento mensal registrado em um quarto de século, informou nesta sexta-feira o Departamento de Trabalho americano. O aumento sem precedentes de 12% na energia, em especial nos preços dos combustíveis devido aos efeitos dos furacões Katrina e Rita, impulsionou o salto da inflação. No entanto, excluindo esse item e os alimentos, a variação do CPI em setembro foi de apenas 0,1%. A previsão de economistas era de uma alta, em média, de 0,9% do CPI e de 0,2% do núcleo.

A pressão inflacionária ocorrida nos EUA derrubou a cotação do dólar à vista, que abriu em baixa de 0,31% nesta sexta-feira, cotado a R$ 2,250 na compra e R$ 2,252 na venda, no mercado brasileiro. Os títulos da dívida externa brasileira operavam em baixa, no final da manhã, mas o risco-país se mantinha estável, na casa dos 390 pontos centesimais.

O CPI mostra também aos investidores o ritmo da inflação no varejo e oferece sinalizações sobre a necessidade de elevação dos juros nos Estados Unidos. Nos últimos dois dias, a expectativa de aumento maior na taxa básica americana levou a uma forte fuga de capitais aplicados nos países emergentes. Semana que vem acontecerá, em Brasília, a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidirá sobre a taxa básica de juros brasileira, a Selic. A taxa atual é de 19,50% ao ano e é esperado um corte de pelo menos 0,25 ponto percentual, contra uma deflação de 0,56% em setembro. A inflação, porém, já indica uma leve aceleração, com o IPC-Fipe em 0,59% na primeira quadrissemana do mês, contra o 0,44% anterior.