A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou mais que o esperado em fevereiro, segundo dados divulgados uma semana antes de o Banco Central reunir-se para decidir a taxa de juros.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta quinta-feira que o IPCA subiu 0,61 por cento no mês passado, contra avanço de 0,76 por cento em janeiro.
Analistas consultados pela Reuters previam, em média, para fevereiro uma taxa de 0,71 por cento pelo IPCA –referência do sistema de metas de inflação. Nos primeiros dois meses de 2004, o IPCA acumula alta de 1,37 por cento, e nos últimos 12 meses, de 6,69 por cento.
A meta de inflação perseguida pelo Banco Central este ano é de 5,5 por cento, com tolerância de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. O IBGE informou ainda que os preços de mensalidades escolares saltaram 8,11 por cento, contribuindo com praticamente metade –0,31 ponto percentual– do IPCA.
Foram registrados também aumentos significativos nos custos de telefone fixo –0,91 por cento–, cigarros –2,03 por cento– e automóveis novos –1,56 por cento– e usados –1,39 por cento.
Já o grupo Alimentação e Bebidas contribuiu para a desaceleração do índice, ao registrar em fevereiro alta de preços de 0,15 por cento, contra avanço de 0,88 por cento em janeiro.
O IPCA abaixo do esperado é divulgado em uma semana em que vários outros índices de inflação apresentaram aceleração em fevereiro e nas primeiras leituras de março, levando os analistas a apostar que o BC manterá os juros na próxima semana pelo terceiro mês consecutivo.