Trabalhadores das empresas do setor industrial de Pernambuco decidiram apoiar o movimento popular que protesta contra o aumento de 34,11% nas contas de energia elétrica, previsto para vigorar a partir do próximo dia 29. Serão desligados, nesta quarta-feira, aparelhos elétricos, luzes e equipamentos, às 14 horas, por 15 minutos.
O vice-presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Ricardo Essinger, disse que, embora participe do apagão temporário, a instituição não é a favor de iniciativas que resultem em quebra de contrato ou atos de insubordinação:
– Estamos de acordo com o protesto, mas não aceitamos a idéia de deixar de pagar as contas de energia – afirmou.
Ricardo Essinger informou que a Fiepe vai acompanhar os posicionamentos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Ministério de Minas e Energia sobre o reajuste.
Trabalhadores da prefeitura de Recife também vai aderir ao protesto, apagando as luzes e desligando equipamentos eletrônicos de todos os prédios públicos, com exceção das unidades de saúde. Segundo o prefeito João Paulo, caso o reajuste programado venha a ser aprovado, os gastos da administração municipal com energia terão acréscimo de R$ 12,7 milhões ao ano.
Os deputados estaduais que integram a comissão parlamentar sobre o estudo do reajuste tarifário da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) obtiveram do governador Jarbas Vasconcelos a promessa de encaminhar ao Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) uma proposta para reduzir o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da energia.
Sindicatos filiados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) também irão participar do apagão. Além de apagar as luzes por 15 minutos, os manifestantes também programaram ato público na praça Oswaldo Cruz e passeata até o Palácio do Campo das Princesas.