Índice de violência cresce no Ceará

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Publicado terça-feira, 13 de janeiro de 2004 as 10:01, por: CdB

O secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Wilson Nascimento, apresentou à imprensa, nesta segunda-feira um relatório preliminar das estatísticas policiais do ano de 2003 (de janeiro a novembro).

– Tivemos um ano difícil, delicado, de adaptação aos governos federal e estadual – definiu o secretário ao Diário do Nordeste.

 Os números apresentados revelaram um crescimento da violência no Estado se comparados os dados de 2002 e 2003.

– Trazer a paz social é muito difícil, mas a criminalidade sabe que está encontrando uma Polícia preparada e capacitada – destacou Nascimento.

A base de dados utilizada para o relatório foram os registros do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) e Comando de Policiamento do Interior (CPI).

O primeiro aspecto apresentado foi relativo aos crimes contra a pessoa: homicídios e lesões corporais. Em 2003, foram registrados 7.157 casos de lesão corporal, contra 6.426 de 2002. Já os homicídios diminuíram de 1.269 em 2002 para 1.239 no ano passado. Os casos de pistolagens não foram destacados dentro dos homicídios.

– O importante é que a grande maioria destes casos foi elucidada em pouco tempo, com eficiência. O caso de Mombaça (pistolagem em que figurou como vítima o empresário Rocky-Lane Nogueira de Azevedo) , por exemplo, o pistoleiro foi preso em menos de 24 horas após o crime. E outro aspecto que temos a destacar diz respeito à violência contra a mulher. Em 2002, 110 mulheres foram vítimas de assassinato. Ano passado o número caiu para 73, até novembro – salientou.

Já os crimes contra o patrimônio, quase todos os números mostraram o aumento. No ano passado aconteceram três roubos a carros-forte, enquanto em 2002 nenhum caso foi registrado.
Os roubos a bancos também cresceram. Em 2002 aconteceram apenas seis casos, já em 2003, o número subiu para 13. Os arrombamentos em caixas eletrônicos aumentaram de quatro, em 2002, para sete em 2003.

– Isso se deve ao frágil sistema de segurança dos bancos no Interior do Estado – disse Nascimento.

Em 2002 foram registrados 658 assaltos em residências. No ano passado, 715. Os assaltos a coletivos aumentaram de 394 para 456 nos últimos dois anos. “Em contrapartida os roubos a farmácias, que eram um grande problema, caíram de 3.370 em 2002, para 599 em 2003”, mostrou o secretário.Assaltos a postos de combustíveis aumentaram de 386 para 589, e os roubos de cargas cresceram 22%.

Crimes como estupros e tráfico de drogas também apresentaram aumentos de 2002 para 2003, em 4 e 22% respectivamente. Já os casos de atentado violento ao pudor caíram em 11%. O secretário de Segurança destacou a redução nas ocorrências de brigas de gangues no Ceará, que em 2002 foram em número de 2.991 e em 2003, 2.547, ou seja, houve uma redução de 16%.

– Fizemos questão de não esconder os números reais, mas queremos ressaltar que a Polícia também se uniu mais, trabalhou junta e combateu o crime de maneira intensiva. Prova disso foram os números de prisões em flagrante, que aumentaram de 4.416 em 2002 para 5.549 em 2003. Os procedimentos por porte ilegal de arma também cresceram de 2.039 em 2002 para 2.468 no ano passado. Ao todo apreendemos 2.539 armas brancas e 2.681 armas de fogo deixaram de circular no Estado – disse Wilson Nascimento.

O secretário explicou que os números de seqüestros-relâmpago não foram divulgados porque trata-se de uma tipificação de crime bem recente, e que há uma equipe do Ciops ainda trabalhando com estes dados.

 Ao final da entrevista coletiva, Nascimento ressaltou a preocupação da SSPDS com o aumento do efetivo policial no Ceará.

– Estamos procurando resolver isso com concursos, acreditamos que em quatro anos chegaremos no efetivo ideal – disse.

Para o secretário, o problema da superlotação nas delegacias de Polícia Civil é resultado de “muito trabalho da Polícia prendendo bandidos. Não deixamos