Índia prende três acusados de atentados

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Publicado sexta-feira, 21 de julho de 2006 as 10:23, por: CdB

A polícia da Índia prendeu três homens acusados de participação nos atentados a bomba ocorridos em Mumbai, na semana passada, que mataram mais de 180 pessoas, disseram autoridades na sexta-feira.

Os três, todos muçulmanos, foram detidos sob a acusação de terem ajudado a organizar os ataques de 11 de julho contra estações e trens urbanos lotados, na capital financeira da Índia, afirmou uma importante autoridade da polícia.

– Acreditamos que esses três tinham conhecimento dos ataques. Algumas das ligações deles com certas redes vieram à tona – disse uma autoridade, que não quis ter sua identidade revelada.

Ele não disse quando ou onde as prisões haviam acontecido.

Os homens foram apresentados a uma corte da cidade e colocados sob custódia da polícia por dez dias, a pedido de um promotor público.

Centenas de pessoas, a maior parte delas integrantes da minoria muçulmana do país, foram interrogadas pela polícia de Mumbai depois das explosões ocorridas durante o horário de pico do anoitecer.

Destes, apenas 11 continuaram detidos. Não está claro se os três homens acusados agora estavam entre esses detidos.

Autoridades indianas não quiseram fornecer detalhes sobre os acusados, negando-se inclusive a dizer se eles teriam ligação com algum dos grupos antes apontados como responsáveis pelos atentados.

Em comentários inoficiosos, a polícia de Mumbai havia dito acreditar que muçulmanos indianos tinham realizado os ataques e que se trataria provavelmente de ex-membros do Movimento de Estudantes Islâmicos da Índia (Simi).

O Simi foi banido em 2001 sob suspeita de provocar distúrbios religiosos em virtude da “guerra contra o terrorismo”, liderada pelos EUA.

Mas autoridades também afirmaram suspeitar que os atentados fossem obra de um grupo militante com base no Paquistão, o Lashkar-e-Taiba, ou até mesmo de agentes do serviço secreto das Forças Armadas paquistanesas, os Inter-Serviços de Inteligência (ISI).

Enfurecido, o governo indiano adiou negociações de paz com o país vizinho, afirmando que o Paquistão não havia tomado nenhuma medida para brecar a ação de militantes anti-Índia que moram no território paquistanês.

O Paquistão negou ter qualquer ligação com os atentados. Na quinta-feira, o presidente do país, Pervez Musharraf, disse que a Índia deveria abrir mão do “jogo de culpabilização” realizado em torno dos atentados de Mumbai.

Em um pronunciamento divulgado por canais de TV, Musharraf também pediu aos indianos que mantivessem nos trilhos o processo de paz iniciado dois anos e meio atrás e que inclui negociações sobre a disputa em torno da Caxemira.