Índia domina as passarelas de Armani e Cavalli em Milão

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Publicado terça-feira, 28 de setembro de 2004 as 14:41, por: CdB

Desde estrelas de Bollywood até exploradores intrépidos e jogadores de pólo dos tempos coloniais, a Índia dominou as passarelas italianas na segunda-feira, começo da Semana de Moda de Milão.

Enquanto a cidade curtia um veranico incomum, diversos estilistas mostraram que se inspiraram no subcontinente indiano para suas coleções de primavera/verão 2005, desde o elegante Giorgio Armani até o super-sexy Roberto Cavalli.

Armani apostou nos brancos e cáquis do colonialismo do início do século 20, desconstruindo calças e jaquetas de equitação da era eduardiana. Ele criou uma coleção Emporio que foi recebida com elogios pelos fashionistas que haviam criticado seus desfiles mais recentes.

O visual em camadas estava em evidência, com saias recortadas usadas por cima de leggings brancos, finas blusas de musselina vislumbradas por baixo de casacos assimétricos de algodão amassado e babados de seda azul nas bainhas dos vestidos de noite.

A Índia também invadiu as prateleiras de acessórios. Boinas e bonés tinham ares de turbantes, enquanto sandálias douradas de salto baixo eram usadas sob polainas de equitação que subiam justas pelas pernas das modelos.

“São roupas coloniais, mas muito informais, em estilo misturar e combinar”, comentou Armani após o desfile.

Mas o estilista de 70 anos deixou subentendido que há razões comerciais, não apenas estilísticas, que o levaram a inspirar-se na Índia, o próximo mercado emergente de moda no qual as empresas de moda estão de olho.

“A Índia é dinâmica e está evoluindo, e estamos prontos para atuar lá”, disse Armani.

O clima colonial, lembrando britânicos tomando chá, deu lugar ao colorido e à diversão na Just Cavalli.

O estilista colocou as modelos na passarela tendo como pano de fundo palmeiras e uma cachoeira imensa cercada pelo traçado do Taj Mahal em néon cor-de-rosa.

Sáris de seda colorida percorreram a coleção toda, cortados em casaquinhos acinturados, sarongues amarrados sobre calças capri ou cáftãs soltos que eram o oposto do estilo justo mais habitual de Cavalli.

Para quem rejeita o brilho típico de Bollywood, Cavalli enviou uma turma para a selva de cáqui, usando minivestidos de jérsei bordado, calças fusô ou calças largas com barras viradas e enfeitadas com paetês e faixas de seda bordada.

Cavalli se juntou à tendência de destaque da cintura já marcada nos desfiles de Nova York e Londres, mas conferiu um toque próprio à forma feminina, cortando vestidos e jaquetas em brim desfiado.