A ONU expressou nesta quinta-feira sua preocupação com as incursões do exército de Ruanda em território da República Democrática do Congo, o que está agravando a tensão entre os dois países.
O secretário-geral da organização, Kofi Annan, pediu ao governo de Ruanda que detenha qualquer ação militar em território do país vizinho, pois poderia desestabilizar seu processo de transição, segundo um comunicado divulgado em Nova York.
A ONU soube destas incursões através da equipe da missão mobilizada no Congo, que viram, em vôos de reconhecimento, soldados ruandeses que tinham cruzado a fronteira usando novos uniformes e material militar.
A equipe da ONU interpreta que o alvo dos soldados ruandeses são elementos que fizeram parte do FAR-Interahamwe, grupo que, segundo Ruanda, constitui uma ameaça para sua segurança.
Em comunicado divulgado hoje, Annan confiou que Ruanda não violará os acordos para o desarmamento e repatriação dos ex-integrantes do FAR-Interahamwe que ainda estão em território congolês.
Annan também pediu ao governo da República do Congo que intensifique os esforços para desarmar e repatriar estes ex-combatentes.
Além disso, solicitou ao governo de Ruanda que ofereça todas as informações que tiver sobre a localização dessas pessoas à República Democrática do Congo e à Missão de Observação das Nações Unidas nesse país (Monuc).
Annan ressaltou que a Monuc está preparada para ativar imediatamente o Mecanismo Conjunto de Verificação para desarmar e repatriar estes grupos.