Hildebrando algemado chora em julgamento

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Publicado quarta-feira, 9 de março de 2005 as 13:20, por: CdB

O ex-deputado federal, Hildebrando Pascoal disse, chorando, durante julgamento, que não matou um policial civil, no Acre. Ele ainda levou pastas repletas de documentos e pediu autorização à juíza Maria de Fátima Pessoa, da 10ª Vara Federal de Brasília, para retirar as algemas. O pedido foi negado, após protesto dos procuradores e Hildebrando só pôde ficar sem algemas no intervalo.

Cassado em 1999 e preso desde então, ele afirma ser vítima de perseguição e acusa o procurador da República, Luiz Francisco de Souza, e o desembargador aposentado, Gercino José da Silva Filho, de inventarem as denúncias que o apontam como chefe de um esquadrão da morte que teria feito dezenas de vítimas no Acre, nos anos 90:

– Eles promoveram uma verdadeira campanha publicitária para me caluniar e me difamar. Com isso criaram os fatos de que necessitavam para detonar a odiosa e infame perseguição a mim e a minha família. Transformaram-me num mostro.  

Mesmo tendo negado participação em homicídios, Hildebrando admitiu conhecer a maioria dos acusados que, com ele, respondem pelo assassinato do policial Walter Ayala, em 1997. Por conta própria, até revelou irregularidades que cometera enquanto deputado estadual.

Já sobre Raimundo Alves de Oliveira, acusado de matar Ayala, Hildebrando disse ter conhecido quando foi a Brasília comprar um carro. Por indicação de um primo que era comandante da PM, convidou Raimundo para dirigir o veículo. A ida foi de avião, com passagem paga pelo governo do Acre, segundo o ex-deputado. O julgamento só deve acabar na sexta-feira. Dos seis acusados do crime, dois serão julgados à parte, no dia 15.