Henry Kissinger espera que EUA realizem ciberataques contra a Rússia

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado segunda-feira, 19 de dezembro de 2016 as 11:18, por: CdB

A inteligência norte-americana acusou Moscou de tentar influir nos resultados das eleições presidenciais nos EUA, ao mesmo tempo, nenhuma evidência foi apresentada

Por Redação, com Sputnik e Reuters – de Washington:

Ex-secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger comentou “escândalo de hackers” entre Moscou e Washington.

– Não duvido que os russos nos hackearam. Mas eu espero que nós também lancemos alguns ataques lá – declarou Kissinger em entrevista ao canal de televisão CBS News. O ex-secretário de Estado apontou que “é provável que a inteligência de cada país realize ataques cibernéticos no território de outros países.

Ex-secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger comentou "escândalo de hackers" entre Moscou e Washington
Ex-secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger comentou “escândalo de hackers” entre Moscou e Washington

Kissinger comparou o presidente da Rússia. Vladimir Putin, com o personagem do romance de Fiódor Dostoiévski Crime e Castigo. “Ele calcula friamente os interesses nacionais da Rússia tal como ele os entende e que, segundo ele pensa. Provavelmente de forma coreta.

Têm algumas peculiaridades especiais”. Explicou Kissinger, acrescentando que “a questão de identidade da Rússia” é muito importante para Putin.

A inteligência norte-americana acusou Moscou de tentar influir nos resultados das eleições presidenciais nos EUA. Ao mesmo tempo, nenhuma evidência foi apresentada. Washington afirmou que a atividade de hackers mais alta não foi registrada no dia de votação. © AP PHOTO/ THANASSIS STAVRAKIS Representante dos EUA na OTAN. ‘Não acredito que a Rússia planeje atacar a Aliança’

Obama acusa Putin por ciberataques

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Ele sugeriu de forma forte na última sexta-feira que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, supervisionou pessoalmente as ocorrências hackers contra emails do Partido Democrata. Ações que autoridades de inteligência norte-americanas disseram que tinham como objetivo ajudar o republicano Donald Trump a vencer a eleição de 8 de novembro.

Numa entrevista de fim de ano à imprensa. Obama fez um ataque feroz contra a Rússia. A chamando de um país menor e mais fraco que os Estados Unidos. Que “não produz nada que os outros queiram comprar. Com exceção de petróleo, gás e armas”.

O comentário mostrou o que Obama chamou de “tristemente deteriorada” relação entre Washington e Moscou. Que também têm divergências sobre a guerra civil na Síria.

Perguntado se Putin estaria envolvido pessoalmente nas ações hackers. Obama declarou que “isso aconteceu nos níveis mais altos do governo russo”. E que “não muita coisa acontece na Rússia sem Vladimir Putin”.

Contudo, Obama acrescentou que também queria dar mais tempo para que a inteligência norte-americana produzisse um relatório. Previsto para ficar pronto antes de ele deixar a Casa Branca em 20 de janeiro e de Trump assumir como seu sucessor.

Ele afirmou. “A inteligência que eu vi me dá grande confiança de que os russos realizaram essa ação hacker. A ação no DNC (o Comitê Nacional Democrata) e a ação com John Podesta”, que era o principal assessor de campanha da candidata a presidente democrata, Hillary Clinton.

Obama afirmou ter alertado Putin em setembro para parar de se intrometer nas campanhas políticas norte-americanas. Dizendo ao presidente russo para “cortar isso”. Durante um encontro que tiveram na reunião do G20 na China.

A Rússia nega as acusações norte-americanas de que agiu contra os emails de democratas.

Os emails continham informações constrangedoras. Incluindo conversas entre importantes assessores de Hillary que se mostraram chocados sobre a extensão do uso que ela fez de um servidor privado de email quando secretária de Estado.

FBI e CIA

Duas importantes autoridades de governo disseram à agência inglesa de notícias Reuters que o FBI dá apoio à visão da CIA de que a Rússia interviu para ajudar Trump a ganhar a eleição presidencial.

Obama deixou o caminho aberto para uma retaliação contra os russos para desencorajar a Rússia e outros países a realizar novas ações hackers.

O presidente declarou que esperava que Trump também se preocupasse com as ações da Rússia. E que a investigação não deveria se tornar um “futebol político” entre republicanos e democratas.

Trump tem dito que venceu a eleição justamente e se irritou com as sugestões de que Moscou teria influenciado o resultado. Contudo. Durante a acirrada campanha eleitoral, ele publicamente incentivou a Rússia a realizar ações contra emails de Hillary.

O empresário de Nova York falou de forma elogiosa durante a campanha sobre Putin e desde que ganhou o pleito escolheu alguns integrantes para o próximo governo com laços com a Rússia.

Ao mesmo tempo que Obama disse haver tido conversas construtivas com Trump desde a eleição e enfatizado que faria tudo para assegurar uma transição tranquila. O presidente de saída tem criticado os republicanos de forma geral.

Referindo-se a pesquisas que mostram que mais de um terço dos republicanos aprovam Putin. Obama disse que o ícone conservador Ronald Reagan “iria se revirar no túmulo”.