Haiti pode ter violadores de direitos humanos no poder

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Publicado terça-feira, 2 de março de 2004 as 03:16, por: CdB

Quando a poeira assentar após a fuga do presidente Jean-Bertrand Aristide, um novo governo estiver instaurado e os marines dos EUA tiverem restaurado a calma, o Haiti vai enfrentar um complicado dilema: como lidar com os assassinos e violadores de direitos humanos que comandaram a revolta.

Entidades de direitos humanos exigiram na última segunda-feira que os ex-líderes de milícias de direita, acusados de milhares de homicídios, que voltaram do exílio para ajudar na derrubar Aristide não sejam autorizados a participar do novo governo ou das forças de segurança.

– São pessoas que se envolveram em atrocidades contra os direitos humanos – disse Reed Brody, da Human Rights Watch.
– Seria um dia triste se o Haiti acordasse e descobrisse que Louis Jodel Chamblain, ‘Toto’ Constant e aqueles que aterrorizaram o Haiti por três anos são parte do governo – acrescentou.

A revolta Armada que provocou a fuga de Aristide foi iniciada no dia 5 de fevereiro, por uma gangue de rua da cidade de Gonaives que antes dava apoio a ele.

Rapidamente, a rebelião ganhou a adesão de ex-soldados do Exército, pródigo em golpes, que fora dissolvido há dez anos por Aristide. Paramilitares que voltaram da República Dominicana também se envolveram.