Quando a poeira assentar após a fuga do presidente Jean-Bertrand Aristide, um novo governo estiver instaurado e os marines dos EUA tiverem restaurado a calma, o Haiti vai enfrentar um complicado dilema: como lidar com os assassinos e violadores de direitos humanos que comandaram a revolta.
Entidades de direitos humanos exigiram na última segunda-feira que os ex-líderes de milícias de direita, acusados de milhares de homicídios, que voltaram do exílio para ajudar na derrubar Aristide não sejam autorizados a participar do novo governo ou das forças de segurança.
– São pessoas que se envolveram em atrocidades contra os direitos humanos – disse Reed Brody, da Human Rights Watch.
– Seria um dia triste se o Haiti acordasse e descobrisse que Louis Jodel Chamblain, ‘Toto’ Constant e aqueles que aterrorizaram o Haiti por três anos são parte do governo – acrescentou.
A revolta Armada que provocou a fuga de Aristide foi iniciada no dia 5 de fevereiro, por uma gangue de rua da cidade de Gonaives que antes dava apoio a ele.
Rapidamente, a rebelião ganhou a adesão de ex-soldados do Exército, pródigo em golpes, que fora dissolvido há dez anos por Aristide. Paramilitares que voltaram da República Dominicana também se envolveram.
Haiti pode ter violadores de direitos humanos no poder
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Publicado terça-feira, 2 de março de 2004 as 03:16, por: CdB