Presidente do Equador, Lucio Gutierrez decretou, na manhã deste sábado, a dissolução da Suprema Corte na tentativa de pôr um fim à crise política no país. Em comunicado em rede nacional, pela TV e rádios do país, Gutierrez decretou o estado de emergência em Quito, rodeado de representantes do alto comando militar do país e ministros. Ele afirmou que a medida foi adotada diante da comoção nacional que tem gerado inúmeros protestos na capital.
A medida restringe os direitos civis de liberdade de expressão e de circulação, sob a justificativa de manter a ordem no país, e classifica a capital como zona de segurança. O chefe do Comando Conjunto e vice-almirante Víctor Hugo Rosero reforçou que a medida não é uma ameaça contra o cidadão, mas uma forma de manter a ordem pública.
O Equador enfrenta uma crise política e jurídica desde o dia 8 de dezembro de 2004, quando a maioria governista no Congresso reestruturou a Suprema Corte de Justiça, medida que foi classificada pela oposição como ilegal e inconstitucional. Centenas de pessoas se mobilizaram nas últimas semanas em protestos pacíficos contra o governo. É a segunda vez que o governo do Equador dissolve a Suprema Corte de Justiça do país em quatro meses.
A ação gerou inúmeras reações de políticos que chamaram Gutiérrez de ditador. Deputados convocaram reuniões de emergência no Parlamento para tentar derrubar o decreto presidencial.