“Eu tenho que pisar no pescoço dos caras. Chega de fazer caridade”. Esta é a principal resolução do tenista brasileiro Gustavo Kuerten, que nesta quinta-feira entra em quadra pelas quartas-de-final do Aberto do Brasil. “O Larri (Passos, seu treinador) falou para mim, depois do jogo, que eu já tenho um instituto e faço caridade o ano todo. Na quadra, eu tenho de pisar no pescoço dos caras, porque eles podem me complicar”.
O recado de Guga tem endereço certo: o argentino Franco Squillari, seu adversário desta quinta-feira nas quartas-de-final do Aberto do Brasil. A partida começa por volta das 20h15.
Nas oitavas, na noite de quarta, o brasileiro foi “caridoso” com o jovem francês Richard Gasquet, de 17 anos, e quase perdeu um set praticamente definido a seu favor.
No final, bateu o rival por 2 sets a 0, parciais de 7/6 (3) e 6/3.
A benevolência de Guga tem sido uma marca de sua campanha em 2004. Na estréia no Aberto da Austrália, por exemplo, ele relutou em matar o jogo contra o holandês John van Lottum, mesmo após o adversário se arrastar em quadra por causa de uma cãibra. “Era sacanagem com ele. O cara estava lutando, e não tinha nada a ver eu jogar bolas longe do alcance dele”, disse o tenista, na época.
Agora, após vários sufocos, o espírito de solidariedade deve ser deixado de lado. “Estou me sentindo bem, estou jogando um tênis de qualidade”, disse o jogador, após o confronto com Gasquet.
Ainda se recuperando de uma gripe, o brasileiro está a cada dia mais otimista. “Estou me sentindo cada vez melhor”.