Guerra no Iraque assombra campanha eleitoral de Blair

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Publicado segunda-feira, 11 de abril de 2005 as 15:36, por: CdB

Reg Keys é um homem com uma missão: impedir Tony Blair de ganhar a eleição na Grã-Bretanha.

O médico aposentado de 52 anos perdeu um filho no Iraque em 2003. Desde então, decidiu se lançar como candidato independente contra Blair para garantir que o premiê não esqueça a tragédia.

– Eu quero que Tony Blair reconheça sua fraude na guerra ao Iraque – disse Keys à Reuters ao iniciar sua campanha.

– Meu filho Tom acreditou no que ele (Blair) disse, mas Blair mentiu para ele e para todos os outros soldados que voltaram em caixões depois de combater em uma guerra ilegal e imoral.

Keys tem uma missão virtualmente impossível de derrubar Blair – na eleição de 2001, o líder do Partido Trabalhista obteve uma maioria de 17.713 em seu distrito eleitoral de Sedgefield, norte da Inglaterra.

Mas sua mera presença já é uma lembrança constrangedora de que o Iraque vai assombrar Blair antes da eleição, marcada para 5 de maio.

A decisão do líder britânico de apoiar a invasão liderada pelos Estados Unidos do Iraque virou o tema de seu governo de oito anos. A oposição doméstica já era grande quando a Grã-Bretanha foi à guerra. Mas a falta de uma paz no pós-guerra iraquiano e as acusações de que Londres exagerou as informações sobre o programa de armas de Saddam Hussein para justificar a guerra intensificaram as críticas e derrubaram a popularidade de Blair.

– É o sentimento de traição que está na raiz da raiva… até que o governo lide com isso, nunca vai estancar a lava de raiva que sai do vulcão do Iraque – disse o colunista do Independent Adrian Hamilton.

– Sem o Iraque, os Trabalhistas estariam melhor nas pesquisas e prontos a obter uma vitória fácil – disse o analista Peter Kellner.

– Por causa disso (da guerra), a disputa está mais acirrada e eles devem obter uma maioria bem reduzida.