Greve pára ônibus em São Paulo

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Publicado segunda-feira, 7 de abril de 2003 as 04:39, por: CdB

Motoristas e cobradores estão em greve desde a 0h desta segunda-feira. A paralisação deverá provocar tumultos em diversos pontos da cidade.

Como se não bastasse a confusão no trânsito gerada pela falta de ônibus, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de São Paulo promete barrar todas as lotações e ônibus bairro-a-bairro que tentarem circular nas 147 linhas das oito empresas descredenciadas pela Prefeitura de São Paulo e impedidas de operar na cidade.

“A Prefeitura de São Paulo conseguiu colocar 12 mil trabalhadores do nosso lado”, afirmou o presidente do sindicato, Edvaldo Santiago, em referência ao número de rodoviários que correm o risco de ficar desempregados. “Essa é uma greve diferente das demais, pois a Prefeitura propôs substituir o nosso trabalho por peruas e clandestinos. É impossível aceitar o que a Prefeitura está propondo”.

A greve, por tempo indeterminado, é um protesto contra o encerramento das atividades de oito empresas de ônibus, anunciado neste sábado pela Prefeitura de São Paulo. As viações Santa Bárbara, São Judas, Parelheiros, Transportes Urbanos Cidade Tiradentes, América do Sul, Serra Negra, Marazul e Solution Bus foram excluídas do processo de licitação que está em andamento na Capital.

De acordo com a São Paulo Transportes (SPTrans), as empresas demonstraram não ter condições de participar do novo sistema de transporte.

Segundo Santiago, os ônibus das empresas que assinaram um novo contrato emergencial com a Prefeitura serão impedidos de sair das garagens. Os motoristas e cobradores também estarão espalhados em diversos pontos da cidade para impedir a circulação de lotações e ônibus bairro-a-bairro nas linhas que até então eram operadas pelas empresas fechadas.

Em função do anúncio de greve, a Prefeitura liberou as linhas de lotação e bairro-a-bairro que operam com destino aos subcentros a serem prolongadas até o setor central ou à estação do Metrô mais próxima, o que deverá intensivar os conflitos.

O presidente do sindicato espera que a Justiça do Trabalho marque uma audiência já nesta segunda-feira para discutir o conflito. “Essas empresas não podem ser fechadas da noite para o dia. Defendemos um plano de demissão voluntária e de reestruturação dessas empresas”, disse Santiago, que calcula que aproximadamente cinco mil motoristas e cobradores participariam de um programa de demissão voluntária.

Neste domingo, duas empresas – Via Norte e Brasil Luxo – que transportariam torcedores dos bolsões de veículos até o autódromo de Interlagos decidiram não sair das garagens. Outras empresas que tiveram suas garagens lacradas, tiraram alguns carros e circularam contra a determinação da Prefeitura.

As oito empresas fechadas possuem aproximadamente dois mil ônibus – que representavam 17% do sistema. Segundo a SPTrans, as linhas das oito empresas serão incorporadas pelas 31 empresas dos oito consórcios que assinaram os novos contratos emergenciais e também por perueiros e motoristas do sistema bairro-a-bairro.

A SPTrans afirmou que a maioria dos trabalhadores das empresas será absorvida pelos futuros operadores.

Medidas de prevenção

A Prefeitura de São Paulo anunciou algumas medidas para amenizar o impacto da paralisação geral.

Os terminais de transferência permanecerão fechados até o retorno da operação. As linhas intermunicipais operadas pelo EMTU com destino aos subcentros poderão ser prolongadas até a área central.

As linhas de lotação e bairro-a-bairro que operam com destino aos subcentros deverão ser prolongadas até o setor central ou à estação do Metrô mais próxima. Já os corredores de Via Livre, que privilegiam o transporte coletivo, terão a operação suspensa.

Os operadores de táxi executivo, táxi comum, transporte intermunicipal, bairro-a-bairro e transporte coletivo especial estão autorizados a cobrar tarifa no valor de R$ 1,70, respeitadas as gratuidades. O rodízio de veículos e o sistema Zona Azul de estacionamento também estarão libe