Governos conservadores de Portugal e Espanha afrontam a Grécia

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Publicado sábado, 28 de fevereiro de 2015 as 17:51, por: CdB
Alexis-Tsipras
Após semanas de tensas negociações, que elevaram o temor de que a zona do euro poderia pela primeira vez perder um membro, o governo da Grécia chegou a um acordo

Primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras acusou os governos conservadores da Espanha e de Portugal, durante discurso neste sábado, de liderar uma conspiração conservadora para derrubar seu governo antiausteridade, dizendo que eles temem suas próprias forças radicais antes das eleições deste ano. Tsipras também rejeitou as críticas de que Atenas teria encenado uma mudança de opinião para garantir uma extensão da sua tábua de salvação financeira da zona do euro, dizendo que a irritação entre os conservadores alemães mostrou que seu governo tinha conseguido concessões.

– Descobrimos que há um eixo de poderes se opondo a nós… liderado pelos governos da Espanha e de Portugal, que, por razões políticas óbvias, tentaram levar as negociações para o colapso. O seu plano era e ainda é de desgastar, derrubar ou levar nosso governo à rendição incondicional, antes que nosso trabalho comece a dar frutos e antes que o exemplo grego afete outros países – disse Tsipras, que venceu eleição no dia 25 de janeiro.

E acrescentou:

– E, principalmente, antes das eleições na Espanha.

Sem pagamento

Ainda neste sábado, a Grécia colocou em dúvida neste sábado um importante pagamento da dívida que deve fazer ao Banco Central Europeu neste verão, após reconhecer que enfrenta problemas no cumprimento das suas obrigações com os credores internacionais.

O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, disse que Atenas deve negociar com o BCE 6,7 bilhões de euros em títulos do governo grego detidos pelo banco com sede em Frankfurt, que vencem em julho e agosto.

Varoufakis não disse o que ele esperava conseguir em qualquer negociação, mas acusou o BCE de cometer um erro em comprar os títulos na época em que a Grécia precisou receber um resgate da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional em 2010.

– Nós não devemos negociar isso? Nós vamos lutar contra isso. Se tivéssemos o dinheiro, nós pagaríamos… Eles sabem que nós não temos – disse, em entrevista à televisão Skai.