Governo compromete-se a investir em produtos agrícolas em baixa no mercado

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Publicado quarta-feira, 8 de junho de 2005 as 17:28, por: CdB

O governo federal comprometeu-se a liberar R$ 1 bilhão para a compra de produtos agrícolas que estão com preços baixos no mercado para fazer estoque, informou o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, após reunir-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros líderes rurais, no Palácio do Planalto.

Sperotto disse que R$ 400 milhões devem ser liberados de imediato e o restante, R$ 600 milhões, a partir de agosto. Os produtores de arroz, segundo ele, devem ter preferência. O arroz nacional tem perdido espaço no mercado para o importado nos países vizinhos (Uruguai e Argentina), que é mais barato.

Os arrozeiros do Rio Grande do Sul, responsáveis por 50% da produção do país, têm sofrido os maiores prejuízos, que já somam R$ 1,7 bilhão de agosto de 2004 até agora. Segundo o presidente da Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul, Valter José Potter, a saca de arroz (com casca) é vendida hoje a R$ 17 ou R$ 18, mas o custo por saca chega a R$ 30.

Outra reivindicação dos agricultores é que o governo prolongue o pagamento das dívidas acumuladas na atual safra. – A solicitação é justamente desses contratos que estão a vencer, uma prorrogação deles e os de investimento, após a última parcela – explicou Sperotto.

O líder rural afirmou ainda que os produtores vão conversar com os ministros da Agricultura, Roberto Rodrigues; das Relações Exteriores, Celso Amorim, e da Fazenda, Antonio Palocci, sobre essas questões. Ele ressaltou que o presidente Lula mostrou-se disposto a acompanhar todo o processo e elaborar uma pauta permanente de converss com o setor.

-Ele demonstrou interesse muito grande em estabelecer uma relação mais próxima com os produtores, encarando inclusive os enfoques necessários para fortalecer a agricultura brasileira.

O ministro da Agricultura e representantes da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e de diversas federações rurais participaram da reunião.