O governo dos Estados Unidos vai anunciar nesta terça-feira um plano econômico de mais de US$ 600 bilhões para estimular a economia do país nos próximos dez anos.
O anúncio do pacote será feito pelo presidente George W. Bush na cidade de Chicago, no Estado americano de Illinois, e tem sido bastante criticado pela oposição, que o classifica de elitista.
Uma grande parcela do plano do governo se baseia na eliminação de impostos sobre o pagamento de dividendos para os detentores de ações nas bolsas de valores.
Outro pilar do projeto é o corte de impostos para uma parcela dos trabalhadores e famílias americanas. O programa também prevê a ampliação de alguns programas de ajuda social.
Benefícios
O valor do projeto que deverá ser apresentado por Bush é o dobro do que havia sido previsto pelo próprio governo.
Na área dos cortes, além do fim dos impostos sobre o pagamento de dividendos, o pacote prevê o corte de taxas para casais e famílias com crianças, e o aumento do valor de investimentos de pequenas empresas que podem ser abatidos do imposto de renda.
O argumento é que o plano deve concentrar mais dinheiro na mão dos consumidores, o que tenderia a ampliar as compras e reativar o crescimento.
Outra lógica por trás do plano é facilitar e estimular os investimentos, tanto dentro das empresas como nas bolsas.
Além disso, o governo vai apresentar projetos de ajuda direta à população, como a ampliação do período de seguro-desemprego para 750 mil pessoas.
A Casa Branca afirma que o pacote beneficia diretamente 92 milhões de americanos que pagam impostos e terão uma redução média no imposto de US$ 1.083,00.
Críticas
A oposição e uma parcela dos economistas afirmam que o projeto de Bush é elitista e desestabilizará ainda mais as contas do governo.
Segundo os democratas, a maior parte dos cortes – especialmente das taxas nas bolsas – deverá beneficiar a parcela mais rica da população, concentrando-se entre pessoas que ganham mais de US$ 100 mil (cerca de R$ 340 mil) por ano.
Como o plano se baseia pricipalmente na renúncia de impostos, ele também deve atingir duramente as contas do governo, ampliando o déficit público.
O pano de fundo do anúncio desta terça-feira é a eleição presidencial do ano que vem.
Na opinião de especialista, Bush sabe que a recuperação da economia é fundamental para a sua reeleição em 2004.
Mesmo gozando de ampla popularidade por causa de sua reação aos ataques de 11 de setembro de 2001, o presidente americano sabe que a disputa eleitoral depende amplamente da situação econômica do país.