Google renova o Analytics para acabar com a coleta de endereços de IP

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Publicado segunda-feira, 4 de abril de 2022 as 12:05, por: CdB

Saiba mais sobre a nova mudança feita pela Google em seu Analytics e o que um endereço de IP pode revelar sobre suas atividades online.

A Google anunciou no dia 21 de março que o Google Analytics, um de seus principais produtos, vai parar de registrar e armazenar endereços de IP e que deve encerrar o Universal Analytics por conta de uma revisão de questões de privacidade.

Analytics
O Google Analytics é um serviço da Google que, lançado em 2005 (depois da aquisição do sistema de estatísticas Urchin)

No lugar dele, o Google Analytics 4 (GA4) será lançado no mercado, acomodando tanto a coleção de recursos web e aplicativos diversos incluindo dispositivos de privacidade built-in.

Questões de privacidade e a Google

O Google Analytics é um serviço da Google que, lançado em 2005 (depois da aquisição do sistema de estatísticas Urchin), permite a coleta, armazenamento e visualização de vários números e métricas de um website, página ou afins. É uma ferramenta importante para marketing, geralmente usada junto com o Google AdSense.

Há uma série de debates sobre o quanto estas ferramentas podem prejudicar a privacidade dos usuários. Isto porque, por exemplo, o Google Analytics registrava os endereços de IP dos internautas (você pode conferir mais sobre IP no guia “Como descobrir meu IP”). Com estes dados, as métricas eram feitas, além do uso de cookies que salvam os registros de uso e outras ações dos usuários.

Agora, a Google anuncia uma série de mudanças, tanto no funcionamento de suas ferramentas de análises quando no lançamento de um novo produto.

Alterações no Analytics e o Google Analytics 4

De acordo com Russell Ketchum, diretor de marketing de produtos da Google Analytics, o Universal Analytics (lançado no final de 2020) foi construído para uma geração de métricas online ancorada em desktop web, sessões independentes e dados mais facilmente observáveis provenientes de cookies e que esta metodologia já está se tornando obsoleta.

Ainda de acordo com ele, o Google Analytics 4 opera em diferentes plataformas, não depende exclusivamente de cookies e usa um modelo de dados baseados em eventos para entregar métricas melhores e mais personalizadas aos usuários.

Além disto, o Google Analytics 4 terá a flexibilidade para medir muitos tipos diferentes de dados, o que permite a entrega mais forte de análises em um modelo mais atual. A maior mudança será o fato de que o Google Analytics não fará mais o registro de endereços de IP dos usuários.

Razões da decisão de não registrar mais endereços de IP

As mudanças efetuadas pela Google são um resultado das pressões que a gigante de tecnologia vem enfrentando em termos de privacidade. A empresa tem passado por várias críticas em relação à coleta de dados e práticas de compartilhamento de informações pessoais de seus usuários.

Dados como endereços de IP eram coletados por esta e outras ferramentas da Google. Endereços de IP podem dar informações como código postal, código da área do provedor de internet e o nome do próprio provedor de internet, além de outros dados.

Esta é uma análise muito clara. Chris Apaliski, diretor sênior de performance de marketing da Adlucent, diz que há uma pressão crescente sobre questões de privacidade ao longo dos últimos anos, e que a decisão da Google é um dos passos rumo a um novo estágio de revolução de privacidade e demandas dos usuários.

Há também uma pressão crescente por parte de governos com legislações voltadas à privacidade dos usuários na web, como a GDPR e a LGPD no Brasil, por exemplo, o que causa efeitos diretos em empresas como Google, Facebook, Twitter, WhatsApp, Telegram e outros.

Mudanças nos parâmetros de privacidade

A decisão da Google pode gerar mudanças muito radicais para outras gigantes do mundo de tecnologia das informações. Além disto, o efeito poderá ser sentido por empresas que dependem de ferramentas de marketing e coleta de determinados dados para atingir nichos e públicos específicos e estabelecer campanhas de marketing inteligente.

Para os usuários em geral, as medidas são positivas à medida em que preservam de maneira mais adequada suas informações pessoais e sua privacidade online.

Entretanto, é difícil medir se as empresas adotarão medidas ainda mais sutis e invasivas, ou se realmente vão permanecer em uma nova lógica de mais respeito à privacidade online das pessoas.

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