Genoino pede a Temer para PMDB não deixar governo

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Publicado quinta-feira, 11 de novembro de 2004 as 18:57, por: CdB

O presidente do PT, José Genoino, fez um périplo por gabinetes de líderes peemedebistas para pedir a permanência do partido na base de apoio ao governo. A relação entre os dois partidos está abalada por conta de insatisfações de peemedebistas em relação ao Palácio do Planalto.

– O PT fez essa visita ao presidente do PMDB para oficializar que o PT vai apressar todos os instrumentos para que seja reintegrado à base de apoio do governo Lula – afirmou Genoino a jornalistas após se reunir com o presidente da sigla, Michel Temer.

Segundo o petista, seu partido está aberto a um diálogo franco sobre os possíveis erros cometidos no tratamento dado ao PMDB, que reclama desde a falta prestígio até o não cumprimento de promessas.

– O PT quer discutir a relação – disse o presidente da legenda.

Para aparar as arestas, Genoino chegou a admitir uma aliança mais encorpada nas eleições presidenciais. Nos bastidores do Congresso, comenta-se que o PMDB pede a vice-presidência da República numa eventual reeleição de Lula.

– Em relação a 2006, o PT está aberto a discutir uma proposta mais avançada de aliança, quando este momento for colocado – comentou Genoino.

Depois de Temer, o petista visitou o líder da sigla no Senado, Renan Calheiros. Havia ainda a expectativa de um encontro com o presidente do Senado, José Sarney.

O presidente do PMDB manifestou uma postura mais cautelosa em relação às promessas de Genoino, argumentando que a decisão sobre consolidar a aliança ou desembarcar dela definitivamente será tomada pela convenção nacional, marcada para 12 de dezembro.

– O PMDB tem que deixar o adesismo para fazer coalizão…O PMDB não pode ocupar posição satélite – disse ele.

O apelo para manter o partido como aliado do Palácio do Planalto começou a se intensificar após uma reunião entre as lideranças do partido na quarta-feira, onde a legenda indicou a tendência aparentemente predominante de querer se afastar do governo.

Após a reunião do partido, o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, recebeu em sua casa peemedebistas que desejam a permanência da legenda na base de sustentação política do governo.

A reunião foi à noite e contou com a presença de Renan Calheiros, o ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, e o líder da sigla na Câmara, deputado José Borba (PR). Na ocasião, foi feita uma avaliação do encontro do PMDB, que ocorreu mais cedo.

Um documento assinado por nove titulares e cinco suplentes da executiva nacional do partido foi entregue a Temer na quarta-feira.

Os governistas do PMDB querem forçar a realização de convenções regionais para que aqueles que desejam deixar o governo assumam a decisão publicamente, o que, segundo avaliam parlamentares da sigla, dificultaria um posicionamento que pendesse para a oposição.

– Tem que fazer convenção, ouvir correntes diferentes e botar a cara – afirmou uma fonte do PMDB.