O presidente nacional do PT, José Genoino, chamou nesta quarta-feira de ‘fantasia caluniosa’ a afirmação, feita pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), de que ele teria se comprometido a conseguir R$ 20 milhões para a campanha municipal de candidatos do PTB em 2004.
O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) não comparecerá nesta quarta-feira à Comissão de Sindicância da Corregedoria da Câmara dos Deputados, criada para investigar denúncias sobre o pagamento de mesada pelo PT a parlamentares do PP e do PL. O depoimento estava marcado para as 11 horas. Segundo o relator da comissão, Robson Tuma (PFL-SP), a nova data do depoimento ainda não foi marcada. A sessão seria fechada.
O presidente do PTB, Roberto Jefferson, pediu que seu depoimento seja na semana que vem. Segundo o deputado Odair Cunha (PT-MG), Jefferson alegou que teve um dia muito cansativo na véspera e que não tinha condições psicológicas para um novo depoimento nesta quarta.
O parlamentar é o autor das denúncias sobre o assunto, que foram publicadas na imprensa na semana passada. A comissão também vai investigar o suposto envolvimento do deputado em irregularidades na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e no Instituto Resseguros Brasil (IRB). O relator da comissão de sindicância será o deputado Robson Tuma (PFL/SP).
Em seu depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, na terça, Jefferson, afirmou ter recebido R$ 4 milhões a campanha eleitoral de 2004. A doação ao então candidato a deputado federal pelo Rio de Janeiro teria sido feita por intermédio do publicitário Marcos Valério. Ele é apontado por Jefferson como um dos responsáveis pela distribuição das mesadas que seriam pagas aos parlamentares. O presidente nacional do PT, José Genoino, nega as denúncias.
O depoimento deverá ter seus primeiros desdobramentos no conselho já nesta quinta-feira, em reunião na qual serão votados requerimentos que convidam a prestar esclarecimentos o ministro José Dirceu; a deputada licenciada Raquel Teixeira (PSDB-GO); o deputado Miro Teixeira (PPS-RJ); o governador de Goiás, Marconi Perilo; e o secretário-geral e o tesoureiro do PT, Sílvio Pereira e Delúbio Soares.
O presidente do PTB acusou seis líderes do PP e do PL de receber o mensalão e envolveu, sem apresentar provas, altos integrantes do Executivo e do PT no suposto esquema de compra de deputados em troca de votos, isentando de qualquer responsabilidade do presidente Lula.
O deputado ainda confessou abertamente dois crimes: o recebimento de R$ 4 milhões na campanha eleitoral, que teriam sido repassados pelo PT, sem declaração à Justiça Eleitoral, e também o uso de cargos públicos em estatais para angariar recursos para o partido, num esquema conhecido por “fabriquinhas” de dinheiro.